Transmissão da varíola dos macacos pode ter passado despercebida, diz OMS

Agência destaca o aparecimento da doença em diversos países ao mesmo tempo, com mais de 550 casos confirmados

Trinta países não endêmicos relataram mais de 550 casos confirmados de varíola dos macacos, disse na quarta-feira (1º) Tedros Ghebreyesus, chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde). Segundo ele, os dados sugerem a possibilidade de o problema ter surgido antes do que se imaginava.

“As investigações estão em andamento, mas o súbito aparecimento da varíola em muitos países ao mesmo tempo sugere que pode ter havido transmissão não detectada por algum tempo”, afirmou Ghebreyesus.

Com a maioria dos casos relatados em casos de relações sexuais entre homens, essas comunidades estão trabalhando para informar seus membros sobre os riscos e as ações preventivas que podem ser tomadas.

Macaco em Kyoto, no Japão (Foto: Jamie Haughton/Unsplash)

“Mas todos nós devemos trabalhar duro para combater o estigma, que não é apenas errado, mas também pode impedir que indivíduos infectados procurem atendimento, dificultando a interrupção da transmissão”, alertou o chefe da OMS, instando os países afetados a ampliar sua vigilância para uma comunidade mais ampla.

A especialista do Programa de Emergências da OMS, Rosamund Lewis, havia dito na semana passada que, apesar de a maioria dos casos de infecção estarem ligados a homens que fazem sexo com homens, isso “provavelmente ocorre por eles serem mais proativos na busca de cuidados de saúde”. Qualquer pessoa corre o risco de infecção se tiver contato físico próximo com alguém que tenha a doença.

Já Ghebreyesus observou que, à medida que a situação evolui, a OMS espera que mais casos sejam encontrados. “É importante lembrar que, geralmente, os sintomas da varíola se resolvem por conta própria, mas podem ser graves em alguns casos”, acrescentou.

A OMS continua a receber atualizações sobre o status dos surtos em andamento nos países africanos onde a doença é endêmica.

Números da Covid-19

Enquanto isso, como os casos e mortes relatados por Covid-19 continuam a diminuir globalmente, o chefe da OMS alertou que isso pode ser resultado de testes reduzidos em muitos países. Mas, em várias regiões das Américas, os casos e as mortes estão aumentando, enquanto há mortes crescentes na região do Pacífico Ocidental e na África.

“Mais uma vez: a pandemia não acabou. Continuamos pedindo a todos os países que mantenham os serviços de teste e sequenciamento, para nos dar uma imagem mais clara de onde o vírus está se espalhando e como está mudando”, disse Ghebreyesus. “Pedimos a todos os países que vacinem todos os profissionais de saúde, idosos e outros grupos de risco”.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

Tags: