Al-Zawahiri está vivo, mas ‘muito frágil’ para aparecer em vídeos, diz relatório da ONU

Liderança central da Al-Qaeda, incluindo Al-Zawahiri, está em região de fronteira entre o Afeganistão e Paquistão

Um relatório do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) apontou que o líder da Al-Qaeda, Ayman Al-Zawahiri, está vivo, mas provavelmente “muito frágil” para aparecer em vídeos de propaganda.

“Relatos anteriores de sua morte devido a problemas de saúde não foram confirmados”, diz o documento. O relatório afirma ainda que uma “parte significativa” da liderança da Al-Qaeda está na região de fronteira entre Afeganistão e Paquistão – incluindo Al-Zawahiri.

Al-Zawahiri está vivo, mas muito frágil para aparecer em vídeos, diz relatório da ONU
Vídeo veiculado pela Al-Qaeda de Ayman al-Zawahiri, chefe jihadista, em 12 de março de 2021 (Foto: Reprodução/Al-Qaeda)

Outros combatentes fundamentalistas islâmicos alinhados ao Taleban estão em “várias partes” do Afeganistão. A estratégia da Al-Qaeda, a curto prazo, é manter seu “porto seguro” no Afeganistão em prol da liderança central, apontou o documento.

A equipe de monitoramento usou o termo “paciência estratégica” para classificar a posição atual do grupo – versão que coincide com a entrevista concedida por dois membros do grupo em abril. À época, o porta-voz caracterizou o movimento como um “silêncio tático” antes de planejar novos ataques a alvos internacionais.

Contato com o Taleban

O relatório avaliou a comunicação formal entre altos funcionários da Al-Qaeda e Taleban como “rara”. Possivelmente em razão das recentes negociações para o acordo de paz entre o grupo fundamentalista e Cabul – estagnadas desde a extensão do prazo de retirada das tropas dos EUA para 11 de setembro.

Evidências alertaram para a possibilidade de os grupos terem mantido laços mesmo após a assinatura do acordo mediado pelos EUA em 29 de fevereiro de 2020. No tratado, Washington concordou em retirar as forças do Afeganistão caso o Taleban cortasse relações com grupos terroristas internacionais – inclusive a Al-Qaeda.

Ainda assim, a Al-Qaeda opera no Afeganistão sob a guarda do Taleban nas províncias de Kandahar, Helmand e Nimruz. Além de cidadãos afegãos e paquistaneses, também estão envolvidos civis de Bangladesh, Índia e Mianmar.

O atual líder seria Osama Mahmood – sucessor do falecido Asim Umar. “O grupo [Al-Qaeda] é uma parte tão orgânica e essencial da insurgência que seria difícil, senão impossível, separá-lo dos aliados do Taleban”, diz o documento.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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