Ataque do Estado Islâmico mata sete soldados em área desértica na Síria

Observatório Sírio dos Direitos Humanos diz que, além dos mortos, muitos soldados ficaram feridos, alguns com gravidade

Um ataque de combatentes do Estado Islâmico (EI) terminou com a morte de ao menos sete soldados das forças de segurança da Síria, na quarta-feira(28). O confronto ocorreu em uma área desértica da província de Deir Ezzor, de acordo com o site saudita Arab News.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos reportou que, além dos mortos, muitos soldados ficaram feridos, alguns com gravidade. Cinco jihadistas também teriam sido mortos no embate, mais um de uma série de ataques que o EI tem empreendido contra forças de segurança sírias recentemente.

Insurgentes do Estado Islâmico no deserto de Homs, Síria (Foto: Reprodução/Observatório Sírio de Direitos Humanos)

Uma ofensiva liderada por curdos conquistou o último pedaço do território controlado pelo EI na Síria em março de 2019. Porém, células adormecidas continuam a lançar ataques sobretudo nas regiões desérticas, que vão do leste da Síria até a fronteira com o Iraque.

Perda financeira

Um relatório do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), publicado na terça-feira (27), indica que o EI teve uma considerável perda financeira nos últimos meses. O documento afirma que as perdas se devem a dois fatores: as operações antiterrorismo no mundo e a má gestão de fundos por parte do grupo.

Ainda assim, os Estados-Membros do órgão estimam que o EI tenha “recursos significativos”, algo entre US$ 25 milhões e US$ 50 milhões.

As análises sugerem que a maior parte desse dinheiro esteja no Iraque, tornando a rede do EI na Síria parcialmente dependente de apoio financeiro. “Acredita-se que os combatentes do EI na República Árabe Síria tenham recebido vários milhões de dólares em 2020 do EI no Iraque”, diz o documento.

Em meados de abril de 2021, as autoridades iraquianas anunciaram a descoberta, em Mosul, do equivalente a US$ 1,7 milhão enterrados, em dinheiro, ouro e prata. A descoberta sugere que a verba do grupo jihadista pode ser maior que a imaginada, devido ao dinheiro escondido pelo grupo do qual não se tem conhecimento.

Segundo o relatório da ONU, as maiores despesas do EI são os salários dos combatentes e o sustento das famílias de militantes mortos. Outro gasto considerável é com a libertação de soldados e parentes presos em campos de detenção. Já as principais fontes de arrecadação do grupo são extorsão, sequestro e pilhagem.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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