Desde a última sexta (17), tem chovido acusações em redes sociais na Arábia Saudita acusando o antigo príncipe herdeiro do reino, Muhammad bin Nayef, e seu antigo assessor, Saad al-Jabri, de corrupção.
Nayef foi deposto de sua posição de herdeiro presumido do rei Salman, 84, e substituído pelo atual príncipe herdeiro Mohammed bin Salman após um golpe palaciano em 2017.
Segundo a agência de notícias Reuters, analistas apontam a campanha como uma forma de desacreditar Nayef e influenciar a opinião pública antes de uma possível denúncia que pode afetar a disputa na família real.

O antigo herdeiro controlava as forças de segurança do país. Também desenvolveu laços estreitos com agências de inteligência ocidentais e continua popular entre os conservadores sauditas, agora negligenciados.
Campanha nas redes
Nayef era visto como rival mais poderoso de MBS, como é conhecido o atual herdeiro, para o trono saudita. MBS tem empreendido mudanças para melhorar a imagem do reino no Ocidente e garantir expansão econômica.
As acusações envolvem o gasto indevido de US$ 11 bilhões de um fundo do governo, durante o período em que Nayef foi ministro do Interior. Jabri teria liderado o esquema.
As postagens na rede social podem ser em apoio ao governo, já que sauditas proeminentes e próximos a MBS estavam amplificando as acusações.
Nayef está detido desde março, junto com dois outros reis em um local não revelado. Já al-Jabri está no exílio no Canadá. Os dois filhos do ex-assessor também foram presos pelas autoridades sauditas no início deste ano.
As ações contra Nayef fazem parte de uma série de medidas vistas com o objetivo de consolidar a força de MBS e remover as ameaças contra ele antes da abdicação ou morte do rei Salman bin Abdulaziz.