Cerca de 80 mil pessoas deixaram Rafah desde segunda-feira, afirma a ONU

Agência da ONU para refugiados palestinos estima que mais de 47,5 mil pessoas tenham deixado seus abrigos somente na quarta-feira

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Enquanto os bombardeios israelenses seguem na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, aproximadamente 80 mil pessoas já deixaram a área desde segunda-feira (6). A informação foi divulgada pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) na quinta-feira (9).

As equipes humanitárias da ONU (Organização das Nações Unidas) relatam que a maioria dessas pessoas, desalojadas pelas ordens de evacuação militar israelense no leste da região já havia sido deslocada de outras áreas de Gaza.

Busca por novos abrigos

A UNRWA estima que mais de 47,5 mil pessoas tenham deixado seus abrigos em Rafah somente na quarta-feira (8), com algumas famílias se aproximando dos abrigos da agência em Tel al-Sultan e Al Mawasi, no oeste do enclave.

Família palestina foge de casa em Rafah, ao sul da Faixa de Gaza (Foto: El Baba/Unicef)

Em uma atualização, a UNRWA destacou que houve intensificação de bombardeios no leste de Rafah desde o início da quinta-feira, persistindo ao longo da noite. 

A escalada de violência ocorre simultaneamente aos alertas dos trabalhadores humanitários da ONU sobre a falta de assistência para as pessoas vulneráveis em Gaza, mesmo com relatos de reabertura da passagem de Kerem Shalom

Ajuda humanitária

O Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) afirmou na quinta que suas equipes estão conversando com todos os envolvidos sobre a retomada da entrada de mercadorias, incluindo combustível, no enclave. 

No entanto, a agência destaca que a situação segue instável e existem muitos desafios, além do conflito ativo. Assim, o escritório pede cooperação e facilitação para que as passagens voltem a funcionar, já que os estoques de suprimentos essenciais, incluindo combustível, estão se esgotando.

A passagem de Kerem Shalom foi fechada após um ataque mortal reivindicado pelo Hamas no último fim de semana. Ela fica próxima a Rafah, que é o principal ponto de entrada de ajuda em Gaza e está sob comando das forças israelenses desde terça-feira, atrasando um possível cessar-fogo.

Atrasos na ajuda ao norte

De acordo com o Ocha, mais de um quarto das missões humanitárias no norte de Gaza em abril foram impedidas pelas autoridades israelenses e 10% foram negadas.

Na quarta-feira (8), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou que havia chegado a Beit Hanoun, no norte de Gaza, “que estava inacessível há meses”.

Nas redes sociais, a agência disse que estava pronta para aumentar a assistência alimentar no norte de Gaza, mas que reverter seis meses de fome exige fluxos constantes de suprimentos de alimentos. O PMA lembra ainda que o acesso seguro e duradouro precisa ser mantido ao longo do tempo.

Tags: