Conselho de Segurança adota resolução sobre pausas humanitárias em Gaza

Decisão sobre texto proposto por Malta teve 12 votos favoráveis e abstenções da Rússia, Reino Unido e Estados Unidos

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou na quarta-feira (15) uma resolução sobre a situação em Gaza apelando à abertura de pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados. 

O documento passou com 12 votos favoráveis e abstenções da Rússia, do Reino Unido e dos Estados Unidos. O texto proposto por Malta defende ainda um acesso humanitário completo, rápido, seguro e desimpedido a áreas de Gaza. 

A resolução aborda a questão do “cumprimento do direito internacional, nomeadamente a proteção dos civis, especialmente das crianças, e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas e outros grupos, em particular os menores.”

Antes da votação, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar “extremamente preocupado” após a perda de contato com sua equipe no Hospital Al-Shifa, em Gaza, na sequência de ações de militares israelenses no local.

Falando a jornalistas em Genebra, Tedros Ghebreyesus classificou como “profundamente preocupantes” os relatos da operação que, segundo agências de notícias, iniciaram na noite terça-feira (14), hora local.

Conselho de Segurança da ONU durante reunião (Foto: United Nations Photo/Flickr)
Situação cada vez mais precária 

O chefe da OMS destacou que os combates levantam profunda preocupação com a saúde e bem-estar dos funcionários e do povo de Gaza, numa situação que se torna mais precária a cada hora.

A agência carece de atualizações sobre o número de mortos ou feridos em Gaza nos últimos dias, o que dificulta a avaliação do funcionamento do sistema de saúde.

A  única informação disponível destaca que apenas um quarto dos hospitais de Gaza ainda funciona. Pelo menos 26 dos 36 centros hospitalares estão agora inoperantes devido a danos, ataques ou falta de combustível.

Mais pacientes que leitos 

O chefe da OMS disse haver pacientes, profissionais de saúde e ambulâncias que não podem entrar ou sair de alguns hospitais. Antes do conflito, havia cerca de 3,5 mil leitos que baixaram para as atuais 1,4 mil havendo “muito mais pacientes”.

Tedros Ghebreyesus considerou totalmente inaceitável o ataque militar de Israel ao Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, enfatizando que estes locais “não são campos de batalha.”

O chefe da OMS pediu respeito ao direito humanitário internacional, que prevê que instalações de saúde, profissionais do setor, ambulâncias e pacientes sejam protegidos contra todos os atos de guerra.

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