O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e dois membros de seu gabinete, Antony Blinken, secretário de Estado, e Lloyd Austin, secretário de Defesa, enfrentarão um processo federal por alegado fracasso na prevenção e cumplicidade no que foi descrito como “genocídio” em Gaza perpetrado pelo governo de Israel. A queixa foi apresentada na segunda-feira (13), de acordo com a agência Al Jazeera.
A ação foi movida pelo Centro para os Direitos Constitucionais (CCR, da sigla em inglês), um grupo de defesa das liberdades civis sediado em Nova York, representando organizações palestinas de direitos humanos, palestinos em Gaza e cidadãos norte-americanos com familiares no enclave sitiado há mais de um mês pelas forças israelenses.
O processo, segundo os reclamantes, é uma resposta aos ataques aéreos e terrestres de Israel, que tem recebido financiamento e armas do governo dos EUA há mais de um mês. O CCR destacou na sua queixa que várias lideranças israelenses expressaram intenções genocidas e usaram “caracterizações desumanizantes” dos palestinos, incluindo “animais humanos”.
O CCR destaca que mais de 11,2 mil palestinos foram mortos em Gaza desde as ofensivas israelenses iniciadas em 7 de outubro, em resposta a um ataque terrorista da organização político-militar palestina Hamas em Israel que resultou em cerca de 1,2 mil mortes.
A ação, que entre os vários grupos palestinos inclui a Defense for Children International (DCI), ONG que se dedica à promoção e proteção dos direitos das crianças em todo o mundo, alega que o genocídio do povo palestino em Gaza foi possível “devido ao apoio incondicional dos réus”.
“Os EUA, como aliado mais próximo e maior apoiante de Israel, têm os meios para dissuadir as autoridades israelenses de cometerem atos genocidas contra o povo palestino em Gaza”, declarou a DCI.
A queixa ressalta que Washington, sendo a principal aliada e maior fornecedora de ajuda militar do Estado israelense, teria a capacidade de dissuadir as “ações genocidas” de Tel Aviv contra os palestinos. No entanto, em vez disso, Biden, Blinken e Austin promoveram crimes graves ao persistir no “apoio incondicional” ao país em guerra, “tanto militar como diplomaticamente, minando os esforços internacionais para evitar os bombardeios israelenses”.
A ação foi protocolada na Califórnia, solicitando aos réus que utilizassem todos os meios disponíveis para “evitar a prática de atos genocidas por parte de Israel contra o povo palestino de Gaza”. Isso inclui pressionar Israel para encerrar os bombardeios no enclave, suspender o bloqueio ao território e evitar a expulsão forçada dos palestinos.
O processo também pede o término do suporte militar anual de 3,8 bilhões de dólares que os Estados Unidos concedem a Israel, destacando que o país é o principal beneficiário acumulado de ajuda externa de Washington desde a Segunda Guerra Mundial.
A Casa Branca não se pronunciou sobre o caso.