Desnutrição aguda já é problema endêmico no Iêmen

Uma a cada cinco crianças com menos de cinco anos está desnutrida de forma severa, aponta relatório da ONU

A desnutrição aguda já atinge a boa parte da população do Iêmen, apontou o último levantamento da ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado nesta terça (27).

Uma a cada cinco crianças com menos de cinco anos está desnutrida de forma severa, enquanto um quarto da população de mulheres – grávidas ou lactantes – também dependem de tratamento para a desnutrição.

Especialistas das Nações Unidas, no entanto, estimam um número ainda maior de afetados pela fome no país. Imerso em conflitos, o Iêmen tem a entrada de ajuda humanitária dificultada por grupos armados.

Desnutrição aguda se alastra pelo Iêmen
Bebê com desnutrição grave recebe atendimento em hospital de Sanaa, no Iêmen, em fevereiro de 2020 (Foto: Unicef/Areej Alghabri)

Estima-se que, só em 2020, a incidência de crianças desnutridas tenha aumentado em mais de 15%. As áreas mais afetadas são as de Abyan, Lahj e Taiz. Todas ficam próximas à segunda maior cidade do país, Áden, na porção oeste iemenita.

O pior cenário fica na região de Hodeidah, no oeste do país, já próxima à costa africana. Ali, uma em cada quatro crianças corre risco de morte por desnutrição aguda.

Desde o início da guerra civil, em 2015, o país vive o que se tornou a maior crise humanitária do mundo. Estima-se que 80% dos 30 milhões de habitantes do Iêmen dependem de ajuda para viver.

Além de forçar o deslocamento de milhares, a persistência dos conflitos também dificulta a entrega de insumos básicos à população. Agora a ONU busca arrecadar US$ 50 milhões para expandir os programas de nutrição do país.

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