No Iêmen, 100 mil pessoas já tiveram que deixar suas casas por conta da guerra civil que tomou o país a partir de 2015. A estimativa é da OIM (Organização Internacional de Migrações) e foi divulgada nesta terça (21).
A pandemia do novo coronavírus também aumentou o número de pessoas em busca de ajuda, informou o portal ONU News.
A OIM realizou o levantamento em campo entre 30 de março e 18 de julho. Como há dados apenas de 12 das 22 províncias do país, a organização pressupõe que os números são mais altos.
O maior fluxo de iemenitas tem deixado a região de Áden, na costa oeste do país, rumo a regiões como Al-Dhale, a cerca de 140 quilômetros. Nas cidades do interior do país, o conflito é menos intenso.
Áden, uma das cidades mais importantes do país, hoje está nas mãos de rebeldes houthis. Esses grupos disputam território com forças financiadas pela Arábia Saudita.
As famílias tem deixado a cidade e seus arredores onde há maior número de contaminados pelo novo coronavírus.
“A situação é tão grave na cidade que os hospitais têm mandado para casa pessoas com casos suspeitos e há notícias de grandes valas comuns sendo abertas [para enterrar as vítimas]”, afirma a chefe da missão da OIM, Christa Rottensteiner.
O Iêmen tem, oficialmente, 1.633 casos do novo coronavírus e 457 mortes. Os dados são desta quarta (22), compilados pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Como o sistema de saúde local foi sucateado pela guerra civil, há grave subnotificação no país, segundo a OIM.