Em oito meses, Gaza teve 136 ataques impactando hospitais e unidades de saúde

Registros do Escritório da ONU para os Direitos Humanos cobrem período inicial da escalada da violência

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A Faixa de Gaza registra ataques das forças israelenses incluindo bombardeios aéreos, terrestres e marítimos. Os atos causam vítimas civis e destruição de prédios residenciais e infraestrutura pública agravando os desafios humanitários.  

Nesta segunda-feira (13), um novo levantamento do Escritório da ONU para os Direitos Humanos revelou que 136 ataques durante o conflito tiveram impacto em hospitais e outras unidades de saúde entre 7 de outubro de 2023 e 30 de junho de 2024. 

Impedimentos de missões humanitárias 

Já o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) relatou disparos de foguetes realizados por grupos armados palestinos contra Israel. 

A agência informou que subiu para 74 o total de crianças mortas nos primeiros sete dias de 2025 com os recentes óbitos de oito recém-nascidos por hipotermia devido ao clima frio do inverno, falta de abrigo e suprimentos. 

Um bebê é tratado em um hospital em Gaza (Foto: OMS)

Nas ações de auxílio em dezembro, a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) revela uma taxa de rejeição de 70% das 190 missões planejadas para Gaza, a maior dos últimos seis meses. 

Em nota separada, o Escritório de ONU de Assistência Humanitária (Ocha) declarou ter planejado 5.321 movimentos humanitários juntamente com parceiros na área de conflito, incluindo 3.707 no sul e 1.614 no norte.  

Cerca de 24% destas cargas foram negadas, 19% passaram por barreiras, 48% entraram e 9% sofreram cancelamentos. 

Futuro melhor para as crianças 

No domingo (12), o coordenador humanitário da ONU para o Território Palestino Ocupado iniciou uma visita à Cidade de Gaza. Muhannad Hadi pediu o fim da guerra para garantir um futuro melhor para as crianças da área e de toda a região. 

O também vice coordenador especial para o Processo de Paz no Oriente Médio se reuniu com representantes de organizações não governamentais e, na Igreja da Sagrada Família, gravou uma mensagem de vídeo com menores deslocados. 

Para o representante, “não é mais preciso dizer que igrejas, mesquitas, civis e toda a infraestrutura civil devem ser protegidos”. Ele ressaltou que estes locais só podem ser protegidos com um cessar-fogo que dite o fim da guerra. 

Num apelo pelo fim do conflito, ele disse que os jovens deslocados de Gaza “merecem voltar para suas casas” e que não haverá um futuro brilhante para crianças sem educação e assistência médica adequadas. 

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