Autoridades de Gaza dizem que guerra entre Israel e Hamas matou mais de 46 mil palestinos

O conflito, que já deixou mais de 100 mil feridos, devastou a região, deslocando 90% da população, enquanto negociações para um cessar-fogo seguem incertas

A guerra entre Israel e o Hamas, que já se estende por 15 meses, continua devastando a Faixa de Gaza sem qualquer sinal de resolução. Nesta quinta-feira (9), o Ministério da Saúde do enclave revelou números alarmantes: mais de 46 mil palestinos foram mortos e 109.378 ficaram feridos desde o início do conflito. Mulheres e crianças representam mais da metade das fatalidades, mas não há dados claros sobre quantos dos mortos eram civis ou combatentes. As informações são da Associated Press.

O exército israelense afirma ter eliminado mais de 17 mil combatentes do Hamas, mas não apresentou evidências. Israel alega que seus ataques buscam evitar danos a civis e acusa o grupo militante de usar áreas residenciais como escudos humanos. Apesar disso, ataques aéreos têm atingido regularmente abrigos e hospitais, resultando na morte de mulheres e crianças.

A violência deixou a Faixa de Gaza em ruínas. Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes foram deslocados, muitos obrigados a fugir repetidas vezes. Centenas de milhares vivem hoje em acampamentos improvisados ao longo da costa, com acesso limitado a alimentos, água e outros itens básicos.

Palestinos transportam os feridos para o Hospital Indonésio em Jabalia, ao norte da Faixa de Gaza, em 9 de outubro de 2023 (Foto: WikiCommons)

Munawar al-Bik, uma das deslocadas, descreveu o cenário desolador à reportagem. “O que estamos vivendo não é vida. Acordamos todas as noites com o som de homens chorando. Não temos mais forças, queremos que isso termine hoje”.

Nas últimas semanas, sinais de um possível cessar-fogo e da libertação de reféns geraram um fio de esperança. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou que um acordo está “muito próximo” de ser alcançado, mas reconheceu os desafios, já que negociações similares fracassaram ao longo do último ano.

O conflito começou em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas realizaram um ataque em território israelense, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando aproximadamente 250. Segundo autoridades israelenses, pelo menos um terço dos reféns foi morto durante o ataque inicial ou em cativeiro.

Na última quinta-feira, o Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, foi palco de mais uma cerimônia fúnebre para vítimas de ataques aéreos. Entre os mortos estavam três crianças, incluindo um bebê de apenas uma semana, e duas mulheres.

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