Enviado da ONU repudia mortes de palestinos na Cisjordânia: “Profundamente alarmado”

Episódio, descrito pela presidência palestina como "massacre", ocorreu durante tiroteio em um campo de refugiados de Jenin

O principal funcionário da ONU (Organização das Nações Unidas) para o processo de paz no Oriente Médio disse na quinta-feira (26) que está “profundamente alarmado e triste” com o ciclo contínuo de violência na Cisjordânia ocupada, depois que nove palestinos foram mortos durante um ataque militar israelense.

Tor Wennesland descreveu as mortes, ocorridas durante um intenso tiroteio em um campo de refugiados na cidade de Jenin, como outro “exemplo gritante” da escalada da violência. Mulheres estão entre as vítimas.

Os militares israelenses disseram que tropas estavam envolvidas em uma operação na madrugada para prender militantes da Jihad Islâmica. A presidência palestina, por sua vez, teria descrito o episódio como um “massacre” e anunciou depois que suspenderia a coordenação de segurança com Israel em toda a Cisjordânia.

Cerca de 20 outras pessoas ficaram gravemente feridas durante o ataque, de acordo com relatos da imprensa local, sob a alegação de que foi o dia mais mortal no território ocupado em anos.

Acampamento de refugiados palestinos na Cisjordânia ocupada, agosto 2011 (Foto: Unrwa/Ala’a Ghosheh)

Até quinta-feira, cerca de 20 palestinos teriam sido mortos na Cisjordânia até agora neste ano, incluindo um menino de 14 anos. Já em 2022 houve um grande aumento na violência, com mais de 150 palestinos e 20 israelenses mortos na Cisjordânia e em Israel.

A grande operação militar visando os supostos militantes é a mais recente de uma série de ataques israelenses que duram nove meses. O coordenador especial da ONU disse que, desde “o início deste ano, continuamos a testemunhar altos níveis de violência e outras tendências negativas que caracterizaram 2022”.

Wennesland pediu que as tensões sejam reduzidas imediatamente, para evitar mais perdas de vidas., e exortou as autoridades israelenses e palestinas a restaurar a calma a fim de evitar mais violência.

Apelo humanitário

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) lançou na quinta-feira, juntamente com parceiros humanitários que trabalham no território palestino ocupado, um apelo de US$ 502 milhões para apoiar cerca de 1,6 milhão dos mais vulneráveis que vivem lá.

O Plano de Resposta Humanitária de 2023 estima que 2,1 milhões de palestinos precisam de assistência. Eles representam 58% da população em Gaza e um quarto das pessoas que vivem na Cisjordânia, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, informando jornalistas no briefing diário regular em Nova York.

Ele observou que o plano financiaria mais de 200 projetos, “que ajudarão as pessoas a acessar serviços essenciais, como alimentação, água, saúde e educação, além de formas de ganhar a vida e apoio para melhorar seu bem-estar físico e mental. ”

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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