Gaza sofre com escassez de combustível e agravamento da crise de saúde

Agências humanitárias apelam por entregas urgentes de combustível e outros itens de socorro para evitar que a situação piore ainda mais

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Na terça-feira (24), 17º dia da crise em Gaza, os trabalhadores humanitários da ONU (Organização das Nações Unidas) fizeram um apelo urgente por entregas de combustível e outros itens de socorro necessários para evitar que a situação já precária no enclave piore ainda mais.

Médicos têm realizado cirurgias sem anestesia ou outros suprimentos cirúrgicos básicos, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS), observando que o combustível se tornou o “produto mais vital” em Gaza.

Sem ele, “caminhões não podem se mover e geradores não podem produzir eletricidade para hospitais, padarias e usinas de dessalinização de água”, disse Tamara Alrifai, porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA). Até o momento, nenhum comboio com combustível foi autorizado. 

“Estamos de joelhos pedindo operações humanitárias contínuas, ampliadas e protegidas”, disse o diretor de Emergências da OMS para a Região do Mediterrâneo Oriental, Rick Brennan, que ainda pediu para que as partes concedam espaço humanitário para lidar com a crise.

Menino tira água da cisterna em vilarejo em Gaza (Foto: WikiCommons)
Sistema de ajuda

Os 54 caminhões que entraram em Gaza a partir do Egito levavam alimentos, suprimentos médicos e outros itens.

Segundo a ONU, 500 caminhões entravam em Gaza todos os dias antes do conflito. Além de veículos eram comerciais, pelo menos cem levavam ajuda, cerca de 45 deles transportando combustível.

Tamara Alrifai destacou que a logística, coordenação, transporte e armazenamento dos três comboios de Rafah foram organizados pelo lado da Faixa de Gaza pela UNRWA. 

Questionada sobre o risco de segurança de entregas de combustível caírem em mãos erradas, a representante da ONU explicou que, assim como com outros equipamentos, a UNRWA seria responsável por receber e manusear o combustível e entregá-lo a hospitais e usinas de dessalinização de água.

Ela ressalta que há um sistema de diligência robusto para garantir que tudo seja usado apenas para fins humanitários.

Tags: