Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
Um grupo de especialistas em direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) pediu a 57 Estados-membros que repatriem os cidadãos que estão vivendo em assentamentos para refugiados e deslocados na Síria.
Em nota, os relatores expressaram sérias preocupações com a deterioração da segurança e da situação humanitária nos campos de Al Hol e Roj, no nordeste do país, onde vivem mais de 64 mil pessoas.
No campo de Al-Hol, o maior campo para refugiados e deslocados internos na Síria, mais de 80% dos detidos são mulheres e crianças.
Portugal está entre os Estados-membros que pode ter cidadãos assentados em campos da Síria, assim como os Estados Unidos, China, Canadá, Afeganistão e Líbano.
Os especialistas afirmam que o número de países envolvidos e as terríveis condições destacam a necessidade de uma ação imediata e coletiva para prevenir danos irreparáveis.
“Milhares de pessoas estão expostas à violência, exploração, abuso e privação em condições que podem constituir tortura, conforme o direito internacional”, disse o grupo. Os especialistas contam que um número desconhecido de pessoas já morreu devido a essas condições.
Violência
O aumento da violência desde o início do ano destaca a urgência do apelo aos assentados na Síria. Os peritos recordam a necessidade de justiça e reparação para todas as vítimas.
Nesse contexto, a detenção por motivos pouco claros de mulheres e crianças é uma grande preocupação e prejudica a progressão da responsabilidade, verdade e justiça.
Conforme os especialistas, os Estados-membros devem proteger indivíduos, especialmente mulheres e crianças, que vivem fora de seu território e correm o risco de graves violações.
Os relatores lembram que o processo de repatriação deve ser feito de acordo com o direito internacional dos direitos humanos. Os países também devem impedir que esses indivíduos sofram novas violações após o regresso.
O grupo mantém preocupações sobre o processo de “coleta de dados” que ocorreu nos campos em julho passado. Segundo eles, grupos coletaram dados altamente pessoais de mulheres e crianças sem livre consentimento.
Os especialistas temem que apenas famílias ligadas a combatentes estrangeiros do Estado Islâmico tenham sido alvo. Segundo eles, essas mulheres e crianças já sofrem marginalização e abusos com base em sua alegada afiliação ao grupo.