Iniciativa da ONU tenta enviar a seus países milhares de refugiados presos na Síria

Ao menos 42 mil mulheres e crianças estrangeiras, a maioria abaixo de 12 anos, vivem em condições miseráveis em campos no nordeste do país

Quando o grupo militante extremista Estado Islâmico (EI) foi derrotado no Iraque e na Síria, milhares de estrangeiros, muitos deles parentes de combatentes, foram detidos às pressas em prisões e campos de refugiados. Pelo menos 42 mil mulheres e crianças estrangeiras, a maioria com menos de 12 anos, atualmente permanecem em condições miseráveis em campos superlotados no nordeste da Síria.

Nesta quarta-feira (29), a ONU (Organização das Nações Unidas) lançou uma iniciativa que visa a ajudar dezenas de Estados-Membros em todo o mundo a levarem seus cidadãos de volta, num processo que já teve início em determinadas nações.

Em uma mensagem de vídeo, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, lembrou que muitas dessas pessoas “já passaram mais de cinco anos sem serviços básicos e em condições cada vez mais terríveis. A elas são rotineiramente negados os direitos humanos”.

Criança anda pelo acampamento de refugiados Kafr, na Síria, em janeiro de 2021 (Foto: Unicef/Khaled Akacha)

Problema crescente

Estima-se que 30.972 iraquianos e 11.136 mulheres e crianças estrangeiras de cerca de 60 outros países permanecem em campos no nordeste da Síria.

Alguns viajaram para a zona de conflito para se juntar à luta, outros após a promessa de uma vida melhor. Alguns foram forçados a ir por familiares ou líderes comunitários. Outros podem ter cometido crimes sob coação ou após serem traficados. Muitos ainda eram crianças, e hpa inclusive quem tenha nascido nos campos.

Aproximadamente 77% das crianças nos campos têm menos de 12 anos, e 33% delas têm menos de cinco anos.

De acordo com a ONU, a situação humanitária nos campos e centros de detenção não é sustentável. As condições de vida são precárias, com residentes sofrendo com a falta de abrigo adequado, alimentação, saneamento, oportunidades de educação, saúde, processos judiciais e a insegurança e violência prevalecentes, tudo isso ampliado pela pandemia Covid-19.

Para resolver estes problemas, alguns Estados-Membros começaram a trazer os seus nacionais para casa. Para a ONU, o retorno é uma prioridade nacional e internacional, tanto do ponto de vista humanitário quanto de segurança.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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