Israel e Hamas firmam acordo que sugere trégua inicial, mas futuro é incerto

Negociações indicam libertação de reféns e prisioneiros em troca de cessar-fogo parcial; desafio é garantir a continuidade do pacto

Um acordo que promete aliviar a devastação em Gaza e trazer a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos está prestes a ser formalizado. Segundo fontes ouvidas pela rede CNN, o Hamas deve libertar 33 reféns capturados durante o ataque de 7 de outubro de 2023, enquanto Israel soltará centenas de prisioneiros palestinos. O pacto, ainda não oficializado, reflete uma rara pausa no conflito, que se arrasta há mais de um ano.

A expectativa é de que a trégua permita o retorno de civis palestinos ao norte de Gaza e a entrada de ajuda humanitária em larga escala, um alívio para a crise na região. Entretanto, o exército israelense deve manter posições estratégicas, incluindo a faixa ao longo da fronteira com o Egito e uma zona de segurança dentro de Gaza, questões que complicaram as negociações.

Família palestina foge no meio do aumento das hostilidades em Rafah, sul de Gaza (Foto: El Baba/Unicef)

Embora tenha sido aprovado pelos dois lados, o acordo não garante o fim definitivo das hostilidades. A continuidade da trégua dependerá do avanço nas negociações para as próximas fases, que poderiam incluir a retirada total das tropas israelenses de Gaza.

O Hamas, que ainda detém 94 reféns capturados em outubro, além de outros mantidos desde 2014, promete libertar, em um primeiro momento, cinco mulheres israelenses em troca de 50 prisioneiros palestinos. Segundo a agência Associated Press, entre esse prisioneiros estão 30 condenados por participação em ataques. Contudo, aqueles envolvidos em mortes de israelenses seguirão detidos.

Estima-se que Israel mantenha mais de dez mil palestinos presos, incluindo mulheres e crianças. Entre eles, milhares estão em detenção administrativa, sem acusação formal ou julgamento. Essa prática é frequentemente alvo de críticas internacionais.

Guerra devastadora

O impacto da guerra em Gaza é devastador: mais de 46 mil palestinos mortos e 110 mil feridos desde outubro, segundo o Ministério da Saúde local. A crise humanitária, marcada pela destruição e deslocamento, torna urgente a entrada de auxílio internacional.

Para além da libertação inicial de reféns e prisioneiros, mediadores internacionais acreditam que a continuidade do diálogo é essencial. Embora Israel não tenha assumido compromissos formais para encerrar o conflito, verbalmente se comprometeu a negociar as próximas etapas do cessar-fogo, uma promessa que pode determinar o rumo da guerra.

Enquanto isso, o acordo gera sentimentos mistos entre os familiares dos reféns. Protestos em Tel Aviv e diante do Parlamento israelense refletem a urgência por ações concretas. O desenrolar das negociações determinará se o pacto será o início de uma paz duradoura ou apenas uma pausa em um conflito que já deixou cicatrizes profundas.

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