Justiça iraniana condena responsáveis ​​pela queda de avião ucraniano em 2020

O voo PS752 da Ukraine International Airlines foi abatido em janeiro de 2020 no Irã a caminho de Kiev, matando todas as 176 pessoas a bordo

A Justiça iraniana condenou no domingo (16) dez militares, entre eles um comandante da defesa aérea, pela queda de um avião de passageiros da Ucrânia há três anos. As informações são da agência Associated Press.

O voo 752 da Ukraine International Airlines partiu de Teerã com destino a Kiev em 8 de janeiro de 2020. O Boeing 737-800 foi abatido logo após a decolagem e todos os 176 passageiros e tripulantes morreram. A culpa foi atribuída à Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), a elite das forças armadas do Irã. Dias depois, a IRGC anunciou que um “erro humano” levou o avião a ser abatido com dois mísseis.

O incidente ocorreu em meio a tensões com os Estados Unidos após o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani, principal comandante da IRGC, morto dias antes por um bombardeio ordenado pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Destroços do voo 752 da Ukraine International Airlines (Foto: WikiCommons)

O principal réu no julgamento foi um comandante não identificado do sistema de defesa de mísseis terra-ar Tor M1, apontado como o responsável por derrubar o avião. Ele foi condenado a 13 anos de prisão, segundo detalhou a agência de notícias ligada ao governo iraniano Mehr News.

O acusado, segundo a notícia, confundiu o voo 752 com um míssil de cruzeiro e disparou contra o avião duas vezes, contrariando a ordem do posto de comando e outras instruções. Ele foi condenado a pagar multas às famílias das vítimas.

Os outros nove réus receberam penas de prisão de um a dois anos. Nenhum dos nomes foi divulgado no relatório do judiciário.

A Associação de Famílias de Vítimas do Voo 752, um grupo que luta por justiça para os que perderam a vida no episódio, divulgou um comunicado no domingo no qual diz que os familiares “nunca reconheceram a legitimidade do tribunal do regime islâmico”, acrescentando que o veredicto se trata de “julgamento-espetáculo”, feito a portas fechadas.

Dos mortos no acidente, 138 viajavam para o Canadá, de acordo com a rede CBC. Entre as vítimas estavam 82 iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos, dez suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.

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