As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram na quinta-feira (3) o resgate de Fawzia Amin Sido, uma mulher yazidi que foi levada pelo Estado Islâmico (EI) em 2014. Ela passou os últimos anos em poder do Hamas na Faixa de Gaza, segundo informações da rede CNN.
Os yazidis, uma comunidade étnico-religiosa curda, foram massacrados pelo EI quando este assumiu o controle do Iraque em 2014. A minoria, que vivia nas montanhas do norte do país, segue uma religião que os insurgentes consideram heresia. O massacre levou milhares de mulheres da comunidade a serem raptadas por combatentes do EI.
Fawzia, de 21 anos, foi uma dessas vítimas, raptada quando ainda era criança. Ela vivia na cidade de Sinjar, na província de Nínive, no norte do Iraque, quando o EI assumiu o controle da área, executando homens e meninos e estuprando e raptando mulheres e meninas.

“Acabamos no campo de Al-Hol (na Síria) antes de sermos contrabandeados para Idlib em 2019, e de lá fomos para a Turquia. Em 2020, eles arranjaram um passaporte para mim na Turquia para que eu pudesse voar de Istambul para Hurghada, Egito, e depois para Gaza”, disse ela.
A mulher diz que viveu em Rafah, na Faixa de Gaza, durante um ano, até que a guerra entre o Hamas e Israel estourou. Então, passou ser levada de um lugar para outro até que conseguiu abrigo com uma ONG. De acordo com as IDF, o homem que mantinha Fawzia em cativeiro foi morto.
O governo norte-americano diz que foi acionado e presta auxílio à mulher. “Fomos contatados pelo governo iraquiano, que foi informado do fato de que ela escapou, que estava viva e que queria voltar para casa, para sua família. E o governo do Iraque nos pediu para fazer o que pudéssemos para tirá-la de Gaza e levá-la para casa”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Matthew Miller.
Genocídio
Em janeiro de 2023, a Alemanha se juntou a outros países que reconhecem como genocídio o massacre de 2014 cometido pelo EI contra o yazidis no Iraque. Antes, Bélgica e Holanda já haviam seguido por este caminho. A Austrália fez o mesmo em 2018, mas a justiça do país negou, em 2021, reparação financeira a vítimas de um combatente australiano que se juntou ao EI e foi acusado de crimes contra a humanidade.
A resolução aprovada pelos deputados alemães classifica as ações do EI no norte do Iraque como “atrocidades indescritíveis” e “injustiças tirânicas”, praticadas “com a intenção de eliminar completamente a comunidade yazidi”.
Durante o genocídio, calcula-se que cerca de cinco mil pessoas tenham sido mortas, com outras sete mil sequestradas. Muitas foram levadas para a Síria, onde o EI também formou um califado, sendo que milhares de mulheres foram vendidas como escravas sexuais.