Ministro israelense minimiza possibilidade de anexação da Cisjordânia

Governo de Israel previa inicio dos debates sobre o assunto para esta quarta (1º/7)

O ministro de Ensino Superior e de Recursos Hídricos de Israel, Zeev Elkin, minimizou nesta terça (30) a possibilidade do início da anexação de assentamentos judeus da Cisjordânia nesta quarta (1). A informação é da agência de notícias Reuters.

Elkin, membro do partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afirmou que o país ainda não tem o aval de Washington. A ideia era começar a anexação de partes do território que os palestinos tentam transformar em seu Estado.

O anúncio ilustra a falta de consenso sobre o assunto dentro do governo israelense, com desavenças entre Netanyahu e o ministro da Defesa Benny Gantz.

Ministro israelense minimiza possibilidade de anexação da Cisjordânia
Al-Walaja, vila palestina na Cisjordânia (Foto: Marwan Baghdadi/UNRWA)

Pela anexação, Israel tomaria cerca de um terço do território da Cisjordânia. Estão incluídos ao menos 253 assentamentos, considerados ilegais pelas Nações Unidas, e a maior parte do curso do rio Jordão, que abastece a região.

Se concluído, o plano transformaria a Palestina em “ilhas de terra desconectadas, completamente cercadas por Israel e sem nenhuma conexão territorial com o resto do mundo”. A avaliação é de peritos da ONU.

O embaixador norte-americano David Friedman e o conselheiro da Casa Branca Avi Berkowitz estão em Israel para discutir sobre a anexação. A proposta constava de um plano de paz israelo-palestino anunciado pelo presidente Donald Trump em janeiro.

Anexação ilegal

Nesta segunda (29), a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, alertou Israel de que a anexação é ilegal. A chilena pediu ao país que não siga por “caminhos perigosos”.

Bachelet defendeu que as consequências do plano seriam desastrosas para todos que vivem na região, inclusive os israelenses.

A anexação tem o potencial de “enraizar, perpetuar e aumentar ainda mais as graves violações dos direitos humanos, que têm caracterizado o conflito por décadas”, afirmou.

Ainda segundo a alta comissária, os palestinos que vivem dentro da área tomada por Israel teriam ainda mais dificuldade para acessar serviços essenciais, como educação e saúde.

As populações que vivem na área também estariam sob risco de deslocamento forçado e de ter o acesso a recursos naturais cortados.

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