ONU e Unicef pedem cessar-fogo imediato na Síria

Medida deve abrir espaço para novas negociações, lideradas pelo governo sírio, após uma década de guerra

A Comissão de Inquérito da ONU (Organização das Nações Unidas) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apelaram às partes em conflito na Síria pela implantação de um cessar-fogo imediato nesta segunda-feira (1).

O pedido tem o apoio do Conselho de Segurança e se aplica aos principais Estados-membros que apoiam o regime de Bashar Al-Assad, além de outros grupos armados, de acordo com a agência turca Anadolu.

A medida deve abrir espaço para a novas negociações lideradas pelo governo sírio e para a restauração dos direitos básicos da população, disse a comissão. Na sexta (26), membros permanentes do Conselho de Segurança também apoiaram o cessar-fogo em áreas de conflito, de forma a garantir a vacinação contra a Covid-19.

ONU pede cessar-fogo imediato na Síria
Menino observa alagamento a campo de Kafr Losin, no noroeste da Síria, em janeiro de 2021 (Foto: Unicef/Khaled Akacha)

Com o pedido, a Unicef pediu também a libertação das crianças mantidas em campos de deslocados ou prisões no nordeste da Síria. O grupo terrorista curdo PKK/YPG detém cerca de 65 mil crianças no campo de Al Hol, apontou o portal Middle East Monitor.

Do total, 22 mil crianças não são sírias. A maioria foi levada à força ao campo em abril de 2017. Grupos terroristas teriam recrutado pelo menos 910 menores, conforme levantamento da Unicef e SNHR (Rede Síria para os Direitos Humanos).

Nesses campos, criminosos submetem adultos e crianças a tortura, violência sexual, prisão e assassinato – cenário de horror que perdura há uma década, desde o início da guerra civil que devastou o país. A Comissão da ONU para a Síria estima que cinco exércitos lutam na Síria atualmente.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU deve divulgar um relatório de denúncia às violações no próximo dia 11. O documento conta com mais de 2,5 mil entrevistas e investigações em 100 centros de detenção instalados no país, dilacerado pela guerra iniciada em 2011.

Tags: