Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
O vice-alto-representante da ONU (Organização das Nações Unidas) para Assuntos de Desarmamento, Adedeji Ebo, apresentou ao Conselho de Segurança, na terça-feira (8), suas considerações sobre a eliminação do programa de armas químicas da Síria.
Ele enfatizou que a “cooperação total” do país árabe com a Secretaria Técnica da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) é “importante para encerrar todas as questões pendentes”.
Porém, Ebo afirmou que a declaração submetida pela Síria “ainda não pode ser considerada precisa e completa”, conforme a Convenção de Armas Químicas, dadas as lacunas e inconsistências identificadas que permanecem sem solução.
Dentre elas, Ebo mencionou a falta da declaração completa de atividades no Centro de Estudos Científicos (Ssrc) e da revelação das quantidades de agentes nervosos produzidos em uma instalação que foi declarada pelo governo sírio como nunca tendo sido usado para produzir armas químicas.
O representante da ONU enfatizou que qualquer uso de armamento químico é “inaceitável”. Segundo ele, “a falta de prestação de contas por este uso é uma ameaça para a paz e segurança internacionais e um perigo para todos.”
Ebo pediu que os membros do Conselho de Segurança “exerçam liderança demonstrando que a impunidade no uso de armas químicas não será tolerada.”
Histórico
A última rodada de consultas entre a Equipe de Avaliação da Declaração do Opaq a Autoridade Nacional Síria ocorreu em fevereiro de 2021. Desde então, todos os esforços para organizar a seguinte, ou seja, a vigésima quinta rodada de consultas, fracassaram.
Segundo relatório apresentado em 27 de julho pelo diretor-geral da Opaq, Fernando Arias, o principal entrave é a recusa do governo sírio em emitir um visto para o principal especialista técnico da equipe de avaliação.
No mesmo documento, Arias afirma que em maio de 2022, a Secretaria Técnica da Opaq propôs abordar as questões pendentes por meio de troca de correspondências.
Em setembro de 2022, o órgão forneceu à Síria uma lista de declarações e documentos solicitados desde 2019 e que podem ajudar a concluir 20 temas ainda não resolvidos.
Embora o país árabe tenha concordado com essa proposta, ainda não apresentou nenhum dos itens solicitados pela secretaria.