Uma onda de protestos de professores no Irã, espalhados em mais de 50 cidades pelo país, reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho. Nas ruas, os educadores têm disparado críticas ao governo, a quem acusam de “indiferença à educação”, segundo informações da Radio Free Europe.
Os manifestantes exigem que o governo estabeleça uma política planejada para professores com base na experiência e no desempenho. Eles também pedem que suas aposentadorias sejam devidamente alinhadas aos salários o mais rápido possível.
Vídeos gravados na capital Teerã e publicados nas redes sociais mostram os educadores fazendo cobranças às autoridades, com frases como “só ouvimos promessas, não vimos justiça” e “Parlamento incompetente, que vergonha”.
No mês passado, sob forte pressão da categoria, o parlamento iraniano aprovou uma lei que aumenta os salários dos professores após vários dias de protestos em todo o país e uma greve ter paralisado o sistema educacional da república islâmica.
As medidas aprovadas pelos parlamentares garantem aos educadores um rendimento que corresponde a cerca de 80% dos salários dos professores universitários, que era justamente uma das reivindicações dos manifestantes.
O ministro da Educação, Yousef Nouri, garantiu que a nova legislação, que teve a proposta levada inúmeras vezes aos parlamento nos últimos anos sem ser aprovada, seria implementada rapidamente após sua aprovação, o que ainda não aconteceu.
Diversos atos foram realizados nas últimas semanas, organizados em cidades como Isfahan, Shiraz, Mashhad, Rasht, Qom e outras localidades. Em alguns momentos a polícia respondeu com agressividade. Três manifestantes foram presos.
Os protestos têm como pano de fundo uma atmosfera de inflação vertiginosa, já que o impacto das sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao país após ter abandonado o acordo nuclear em 2018, somado a anos de má administração, atingiu duramente a nação do Oriente Médio.