Um estudante de 16 anos foi detido em Singapura por planejar ataques contra duas mesquitas na última quarta (27). O atentado estava previsto para 15 de março, data que marca o segundo aniversário do massacre de Christchurch, na Nova Zelândia.
O adolescente é o mais jovem já detido por terrorismo pela Lei de Segurança Interna de Singapura, informou o jornal local “The Straits Times”. Os ataques já estavam prontos para contecer, disseram autoridades.
O primeiro alvo seria a mesquita Assyafaah, do bairro Sembawang. Em seguida, o estudante abordaria a mesquita de Yusof Ishak, da região de Woodlands. Ambos os locais ficam próximos à residência da família do adolescente.
Na apreensão, a polícia apreendeu uma rota detalhada dos ataques e um colete à prova de balas. O jovem, influenciado pelo neozelandês Brenton Tarrant, responsável pelo atentado de Christchurch, ainda pretendia comprar uma adaga na internet e transmitir o massacre ao vivo.
“A forte antipatia pelo Islã e o fascínio pela violência serviram para radicalizar esse jovem”, disse a polícia. Conforme a investigação, o adolescente teria assistido o ataque de Christchurch repetidas vezes a fim de reproduzi-lo.
Compra de arma atrasou ação
Conforme a investigação, o plano original do adolescente era utilizar um rifle semelhante ao de Tarrant. Apesar de inúmeras buscas online, o jovem desistiu da ideia por conta das dificuldades impostas pelas rígidas leis de controle de armas de Singapura.
O estudante também pesquisou sobre a fabricação de bomba de triperóxido de triacetona para atear fogo às mesquitas com gasolina – outra imitação do plano de Tarrant.
Além da transmissão do massacre, o jovem escrevia dois manifestos para os ataques em Singapura. O primeiro falava diretamente à França, para que se “posicionasse contra os muçulmanos”. O outro, inacabado, detalhava o seu ódio ao Islã.
Questionados, os familiares disseram não saber dos planos do adolescente. À polícia, o jovem admitiu que trabalhou sozinho. Seu objetivo era se suicidar no momento do atentado.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.