UE propõe combate ao terrorismo e educação religiosa em lei para migrantes

Texto propõe ensino das línguas europeias, treinamento de imãs muçulmanos e fim do apoio a ONGs 'hostis'

O novo de projeto de lei para políticas a migrantes da União Europeia incentiva o combate ao terrorismo e educação religiosa, apontou o britânico “The Guardian“, que teve acesso a uma prévia do texto.

Defendido pelo presidente francês Emmanuel Macron, o projeto deve entrar na pauta dos ministros de Assuntos Internos da UE nesta sexta-feira (13).

A proposição defende que o bloco europeu deverá financiar a educação religiosa dentro de comunidades muçulmanas. Também enfatiza o incentivo para o aprendizado da língua local.

Além disso, governos deverão privar o apoio financeiro a qualquer organização não-governamental que veicular “conteúdo hostil à integração”.

As opiniões sobre o texto, no entanto, são controversas. Suécia, Luxemburgo e Holanda resistem às tentativas de relacionar migração e religião pelo prisma da segurança.

UE propõe combate ao terrorismo e educação religiosa em lei para migrantes
Homenagem às vítimas dos ataques de novembro de 2015 em Paris, dias após os atentados, na Place de la République (Foto: Mstylav Chernov/ Wikimedia Commons)

“Escolher uma religião ou grupo nunca é a melhor resposta ao extremismo violento de indivíduos”, disse um diplomata da UE. “Abraçar os valores fundamentais não é apenas uma responsabilidade dos migrantes ou da comunidade muçulmana, mas de todos nós”.

Expectativa de tramitação

É possível que a cúpula descarte a ênfase às comunidades muçulmanas na sexta-feira – ainda que sob a pressão de Macron para mantê-la. A expectativa é que o bloco decida sobre a proposição até o início de dezembro.

O chefe de Estado francês relaciona a insistência aos recentes atentados em Conflans-Sainte-Honorine, Nice e Viena, que terminaram com oito mortos. “As recentes atrocidades terroristas revelaram a extensão da ameaça que enfrentamos do terrorismo islâmico“, aponta a cláusula atual do projeto.

O projeto de lei a migrantes ainda mira em formas de estabelecer redes de comunicação efetiva para barrar a propagação de ódio entre a comunidade muçulmana – o que inclui o “treinamento de imãs” e outros clérigos.

“Para lutar contra a ideologia do ódio, precisamos criar o mais rápido possível um Instituto Europeu para treinar imãs na Europa”, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

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