Catástrofes do clima deslocam três vezes mais pessoas que guerras, alerta Guterres

Um episódio recente que ilustra a questão são as cheias no Paquistão, que levaram a vidas perdidas e prejuízos financeiros

Neste 13 de outubro, a ONU marca o Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres, destacando avanços na prevenção e redução do risco de calamidades. Em 2022, o foco é o aumento substancial da disponibilidade e acesso a sistemas de alerta precoce e avaliações de riscos para as pessoas até 2030.

Em mensagem de vídeo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que as catástrofes climáticas estão afetando os países e as economias como nunca, com as crescentes emissões de gases de efeito estufa contribuindo para eventos climáticos extremos em todo o planeta. 

Ele citou a devastação causada pelas cheias no Paquistão, ressaltando a perda de vidas e os prejuízos financeiros. Segundo ele, “as catástrofes climáticas deslocam três vezes mais pessoas do que a guerra”.

O chefe da ONU afirma que “metade da humanidade já se encontra na zona de perigo” e acredita que o mundo esteja falhando no investimento de proteção de vidas e dos meios de subsistência daqueles que estão na linha de frente. Para ele, aqueles que menos contribuíram para a crise climática são os que pagam o preço mais alto.

Guterres lembra que, sem meios de alerta prévio, comunidades inteiras são pegas desprevenidas por sucessivos desastres climáticos, reforçando a importância de avisos adequados.

Em março, o secretário-geral anunciou que a ONU deve liderar novas ações para garantir que todas as pessoas na Terra sejam protegidas por sistemas de alerta precoce dentro de cinco anos.

Na mensagem, ele apelou por uma cobertura universal de alerta precoce neste período. E ressaltou que os sistemas de aviso prévio salvam vidas, de acordo com um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Risco de Desastres.

Segundo o relatório, estes serviços são insuficientes para aqueles que mais precisam. Para Guterres, a ação concreta e real sobre perdas e danos deve ser uma prioridade mundial.

Enhente na província de Sindh , no Paquistão, setembro de 2022 (Foto: Asad Zaidi/Unicef)

Em novembro, será lançado na Conferência sobre Mudança Climática da ONU, COP27, no Egito, um plano de ação para fornecer sistemas de alerta antecipado para todos no espaço de cinco anos.

O chefe da ONU apela a todos os países que invistam em sistemas de aviso prévio e que apoiem aqueles que não têm capacidade para tal, concluindo que sempre “haverá eventos climáticos extremos, mas que esses não precisam se tornar catástrofes mortais”. 

Neste ano, o Dia Internacional acontece durante a Revisão Intermediária do Quadro Sendai para Redução do Risco de Desastres, que será concluída em uma reunião de alto nível da Assembleia Geral em maio de 2023 com uma declaração política. O objetivo principal é evitar a criação de novos riscos e reduzir os existentes. Mas quando isso não for possível, sistemas de alerta precoce e preparação centrados nas pessoas podem permitir uma ação mais cedo e minimizar os danos às pessoas, bens e meios de subsistência.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

Tags: