Irã é suspeito de realizar ataque de drone que atingiu petroleiro de empresário israelense

Ataque teria sido realizado por um "drone suicida" semelhante aos que vêm sendo utilizados pela Rússia na guerra na Ucrânia

O petroleiro Pacific Zircon, que navega com bandeira da Libéria e pertence ao empresário israelense Idan Ofer, foi alvo de um ataque realizado por um drone na terça-feira (15), quando navegada pela costa de Omã, segundo informações da agência Associated Press.

Embora a autoria do ataque não tenha sido confirmada oficialmente, suspeita-se de que o governo do Irã seja responsável.

“Estamos em comunicação com a embarcação e não há relatos de feridos ou poluição. Toda a tripulação está segura e contabilizada”, disse a empresa Eastern Pacific Shipping, que opera a embarcação. “Há alguns danos menores no casco da embarcação, mas nenhum derramamento de carga ou entrada de água”.

Navio petroleiro Oslo, em novembro de 2014: foto meramente ilustrativa (Foto: Wikimedia Commons)

O envolvimento do Irã foi sugerido por uma autoridade israelense que falou sob condição de anonimato e que tem informações sobre a investigação. O ataque teria sido realizado por um “drone suicida” iraniano modelo Shahed-136, semelhante aos que vêm sendo utilizados pela Rússia na guerra na Ucrânia.

“É um ataque iraniano, há um consenso sobre isso na inteligência israelense e na comunidade de defesa”, disse a fonte.

Episódios do gênero não são novidade na tensa relação entre o Irã e Israel. a situação piorou desde que Teerã passou a intensificar seu programa nuclear após os EUA se retirarem do acordo atômico firmado com as potências ocidentais.

Também na Costa de Omã, o petroleiro israelense Mercer Street foi atingido por um suposto ataque de drone em 2021, com duas pessoas mortes. Na ocasião, também não houve responsabilização oficial por parte de nenhum governo ou grupo, mas a culpa recaiu sobre o Irã.

Segundo Torbjorn Soltvedt, analista da empresa de inteligência de risco Verisk Maplecroft, eventos como o desta terça não são uma surpresa. “O risco de ataques contra a infraestrutura marítima e energética na região está aumentando principalmente devido à falta de progresso na diplomacia nuclear EUA-Irã e à decisão de Washington de aplicar mais sanções ao Irã”, disse ele. “Desde 2019, o Irã respondeu consistentemente às novas sanções dos EUA com ações militares secretas na região”.

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