Otan investiga ciberataque após documentos de estratégia vazarem na internet

Um grupo de hackers declarou ter roubado documentos relacionados ao planejamento estratégico e a pesquisas da aliança

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) anunciou na terça-feira (3) que está investigando supostas atividades de hackers ligados ao grupo SiegedSec, que alegam ter roubado dados de sites não confidenciais sob o controle da aliança militar. Os cibercriminosos afirmam ter obtido 9 GB de informações. As informações são da rede CNN.

Na última semana, documentos da Otan foram divulgados na internet. Os registros abordam temas como armas hipersônicas, ameaças de drones e procedimentos de teste para resíduos radioativos. Diante de uma situação de vulnerabilidade de sua segurança cibernética, a aliança disse que está tratando “ativamente” esses incidentes, mas que não enfrentou problemas operacionais até o momento.

Nesse cenário, um representante da Otan ouvido pela reportagem na terça revelou que a organização está enfrentando “ameaças cibernéticas persistentes” e está tratando suas questões de cibersegurança “com seriedade”.

Sede da Otan em Bruxelas, na Bélgica (Foto: NATO/Flickr)

Segundo ele, no momento, especialistas cibernéticos da aliança militar transatlântica estão ativamente lidando com incidentes que afetam alguns dos websites não confidenciais. Além disso, explicou que foram adotadas “medidas extras de segurança cibernética” e que esses eventos não tiveram impacto nas missões, operações e destacamentos militares.

As aparentes invasões levantam preocupações sobre a capacidade da Otan de garantir a proteção das redes de comunicação nas quais a aliança compartilha informações não sigilosas, embora também não sejam públicas, relacionadas a tecnologias emergentes e ameaças à segurança.

Enquanto isso, o SiegedSec vangloriou-se do feito ao divulgar em publicações no Telegram que conseguiu entrar em vários sites de treinamento e plataformas informativas da Otan. O grupo compartilhou um link para os dados coletados, sendo que a maioria dos mais de três mil documentos, conforme informou o jornal The Record.

Este é o segundo incidente envolvendo a Otan e hackers do SiegedSec, seguindo um ataque ocorrido em julho. Na época, o grupo afirmou ter roubado informações do Portal de Cooperação de Comunidades de Interesse da organização. Nesse conjunto de dados, havia informações pessoais de indivíduos de pelo menos 31 países.

Série de ataques

O SiegedSec é conhecido por realizar vários ataques cibernéticos nos últimos 18 meses, tendo como alvos sites governamentais dos EUA, frequentemente visando restrições relacionadas ao aborto ou cuidados de afirmação de gênero.

Não está claro por que o grupo atacou a Otan, mas organizações como essa, formadas por hacktivistas, invadem sistemas de computadores “simplesmente porque têm essa habilidade”, segundo a reportagem.

O último incidente serve como um lembrete das ameaças digitais, tanto externas quanto internas, que os governos ocidentais enfrentam enquanto compartilham informações em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

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