Otan testa nova tecnologia antiterrorismo que detecta armas e explosivos

Após inúmeros experimentos no último mês, aliança atlântica disse que teste com o projeto Dexter foi "concluído com sucesso"

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) testou durante o mês de maio uma nova tecnologia antiterrorismo, capaz de detectar armas e explosivos escondidos entre roupas e bolsas. A aliança militar informou em seu site que os experimentos foram realizados nos túneis do metrô de Roma, já que locais de transporte público são alvos frequentes de ações terroristas.

O projeto Dexter, abreviação para “Detecção de Explosivos e Armas de Fogo para Combater o Terrorismo”, é fruto de um trabalho de três anos de pesquisa conduzida pelo Programa Ciência para a Paz e Segurança (SPS, da sigla em inglês), ligado à organização intergovernamental. O sistema foi encomendado após a onda de ataques em várias capitais europeias entre 2015 e 2017.

Um protótipo foi testado durante um mês em uma estação de metrô em Roma, na Itália. Segundo a Otan, o teste “foi concluído com sucesso”. Na terça (24) e na quarta-feira (25), representantes da indústria e autoridades governamentais foram convidados a acompanhar uma simulação do modelo.

Autoridades e representantes da indústria acompanharam uma simulação do sistema (Foto: Otan/Divulgação)

O Dexter reúne vários tipos de tecnologias, sensores e softwares que fornecem informações em tempo real para forças de segurança que monitoram áreas públicas movimentadas. Um dos pontos que chamaram a atenção é que o sistema permitirá a detecção de ameaças de forma discreta, sem exigir verificações aleatórias em passageiros ou postos de controle em movimento.

“O que o Dexter entregou é uma solução na encruzilhada entre o contraterrorismo e as tecnologias avançadas, em linha com os objetivos e prioridades estratégicos da Otan”, explicou David van Weel, secretário-geral adjunto da aliança atlântica para Desafios de Segurança Emergentes.

De acordo com a agência AFP, o funcionamento ocorre da seguinte maneira: em um corredor do metrô, telas gigantes transmitem imagens coloridas do sistema de radar e laser. O radar escaneia os passageiros, produzindo imagens 2D e 3D de alta resolução que revelam a presença de uma arma em vermelho. Já o sistema a laser detecta vestígios de explosivos.

Então, os resultados dos dois sensores são combinados e analisados ​​por um software, que transmite instantaneamente um alerta para os óculos inteligentes usados ​​por um policial.

“Resultados como este não são apenas o fruto de competências científicas e tecnológicas, mas também são baseados em um forte senso de coesão entre os parceiros e na vontade comum de aumentar a proteção dos cidadãos contra ataques brutais como os do passado”, declarou Gilberto Dialuce, presidente da Enea (Agência Nacional Italiana para Novas Tecnologias, Energia e Desenvolvimento Econômico Sustentável).

Onze instituições governamentais e de pesquisa de quatro países da Otan (França, Alemanha, Itália e Holanda) e quatro nações parceiras (Finlândia, República da Coreia, Sérvia e Ucrânia) participaram do desenvolvimento do Dexter.

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