Relatório da ONU ajudou a condenar membros do EI pelo uso de armas químicas

Apuração abordou ainda casos de violência sexual cometidos durante o período em que o grupo dominou vastas áreas do país

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A Equipe de Investigação das Nações Unidas para Promover a Responsabilização pelos Crimes Cometidos pelo Daesh, também conhecido por Estado Islâmico (EI), apresentou um relatório ao Conselho de Segurança sobre a ação do grupo no Iraque. Entre as questões em avaliação estiveram o desenvolvimento e o uso de armas químicas, disse o assessor especial Christian Ritscher. 

O chefe da equipe de especialistas informou aos 15 Estados-Membros que a atuação de três anos envolveu as autoridades judiciárias iraquianas. Nos últimos seis meses, o trabalho “contribuiu de forma significativa” para condenações de réus do EI pelo mundo.

A primeira linha de investigações envolveu as fontes de armas químicas no Iraque, sua implantação e o uso deste armamento contra a minoria xiita turcomana na cidade de Taza Khurmatu.

A apuração incluiu ainda casos de violência sexual cometidos durante o período em que o grupo dominou vastas áreas do país. 

Forças Democráticas Sírias (SDF) predem 24 suspeitos do Estado Islâmico, maio 2021. (Foto: SDF)
Busca por responsabilização

O chefe dos especialistas da ONU disse que o fim da primeira de etapa não sugere que deve diminuir a esperança de justiça às vítimas e a busca por responsabilização. Ele considera que, pelo contrário, deve ser “um passo para que seja garantia uma transição de forma ordenada.” 

Para o especialista, é preciso assegurar que as “pessoas que se manifestaram contra os crimes não sejam desiludidas ou esquecidas.” A sugestão é que seja assegurado que elas estejam seguras, protegidas e “resolvam o trauma pelo que vivenciaram.”

O apelo feito aos 15 Estados-Membros é para que apoiem o processo para que as vítimas ainda no silêncio sejam incentivadas a se manifestar e exerçam esse direito “por própria vontade num fórum seguro”.

Vítimas e sobreviventes

Para o especialista, é preciso manter o objetivo comum de servir à justiça para vítimas e sobreviventes, enquanto seguem sendo implementadas as resoluções do Conselho sore o tema o trabalho da comunidade internacional.

Os especialistas preparam resultados preliminares sobre várias linhas de investigação. Nesse processo já não serão priorizadas investigações como crimes cometidos pelo EI em Mossul, a destruição do patrimônio cultural, o saque de petróleo e de outros recursos naturais no Iraque.

Outros dossiês que deverão exigir anos de trabalho no Iraque e em outros locais são o da alegada intenção de uma tentativa de genocídio aos membros da comunidade xiita e o trabalho realizado com repatriados da região de Al-Hol.

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