Embaixada do Brasil em Kiev orienta cidadãos brasileiros a deixarem a Ucrânia

Cerca de 500 cidadãos brasileiros vivem no país e enfrentam grandes dificuldades para deixar o território ucraniano

Diante da invasão da Rússia e do registro de ofensivas militares em várias localidades da Ucrânia, a Embaixada do Brasil em Kiev emitiu um comunicado em sua página no Facebook nesta quinta-feira (24), trazendo orientações aos cerca de 500 cidadãos brasileiros residentes no país. O recado foi objetivo: se possível, deixe o país o quanto antes.

De acordo com a nota, a situação na maior parte das regiões ucranianas é tida como “relativamente estável”. Nesse contexto, a embaixada recomendou que brasileiros que puderem se deslocar por meios próprios rumo a outros países ao oeste da Ucrânia devem fazê-lo tão logo possível. Antes disso, foi recomendado a eles que se informem sobre a situação de segurança local.

Aos brasileiros que estão na capital ucraniana, a orientação das autoridades ucranianas é não sair, já que há grandes engarrafamentos registrados nas saídas da cidade, e aqueles que buscarem deixar Kiev neste momento enfrentarão “grandes dificuldades”.

Tráfego em Kiev nesta quinta-feira (Foto: Twitter/Reprodução)

Já os expatriados nas regiões na margem esquerda do rio Dnipro, ao leste do país, no caso de estarem impossibilitados de seguir viagem para oeste por meios próprios ou de modo seguro, foram orientados a rumar até a capital e contatar a embaixada assim que possível.

A nota também aconselhou aos brasileiros que não puderem deixar o país de modo seguro que procurem um local seguro para o momento, “longe de bases militares, instalações responsáveis pelo fornecimento de energia e internet e áreas responsáveis pela produção de energia elétrica”.

Em nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty reforçou que a Embaixada do Brasil em Kiev “permanece aberta e dedicada, com prioridade, desde o agravamento das tensões, à proteção dos brasileiros na Ucrânia”.

O Itamaraty disponibilizou, para casos de emergência consular de brasileiros na Ucrânia e seus familiares, o número de telefone de plantão consular. O número é +55 61 98260-0610.

Por que isso importa?

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão russa ao país vizinho nesta quinta-feira (24), remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até hoje.

O conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação militar especial”.

“Tomei a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de Moscou (0h) de Brasília) desta quinta (24), de acordo com o site independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.

O conflito, porém, tende a ser bem mais duro para Moscou que o de 2014 na Crimeia. Isso porque o Ocidente ajudou a Ucrânia a desenvolver e ampliar suas forças armadas, fornecendo armamento, tecnologia e treinamento.

“Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos derrotar todo mundo porque somos a Ucrânia”, disse o presidente Volodymyr Zelensky pouco após o anúncio da invasão, de acordo com a rede Voice of America (VOA).


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