Evergrande busca solução emergencial para tentar evitar liquidação judicial

Incorporadora chinesa acumula dívidas superiores a US$ 300 e apresentou uma proposta desesperada que não é bem vista pelos credores

A Evergrande, incorporadora imobiliária chinesa que acumula mais de US$ 300 bilhões em dívidas, apresentou uma proposta emergencial de reestruturação do débito para tentar evitar a iminente liquidação judicial. As informações são da agência Reuters.

O prazo para solucionar a questão é curto. Com uma audiência em uma corte de Hong Kong agendada para a próxima segunda-feira (4), a companhia precisa até lá de uma proposta concreta para cumprir seus compromissos com os credores offshore, que não receberam muito bem o plano mais recente de reestruturação da dívida.

China Evergrande Group: crise ameaça crescimento econômico da China (Foto: Wikimedia Commons)

Segundo fontes com conhecimento do caso que pediram para ter suas identidades preservadas, a nova empreitada tende a fracassar devido à perspectiva limitada de sucesso. A tendência, portanto, é que a proposta seja recusada pelos credores.

endividamento da Evergrande ilustra a crise enfrentada pelo setor imobiliário chinês, pilar de uma economia que vinha crescendo em ritmo vertiginoso e agora fraqueja. A expectativa de liquidação da empresa é um pesadelo não apenas para o governo chinês, mas também para os investidores globais.

Depois de expandir seus negócios e tomar empréstimos a uma velocidade alucinante, a incorporadora alega que tem lutado para juntar o dinheiro que precisa para honrar dívidas em atraso, empréstimos pendentes e salários atrasados.

A empresa chegou a perder pagamentos de cerca de US$ 20 bilhões em títulos internacionais, e em março do ano passado teve suspensa a negociação de suas ações na bolsa de Hong Kong. No dia seguinte ao anúncio, US$ 2,1 bilhões em dinheiro foram apreendidos por bancos para o pagamento de credores.

A mais recente proposta de salvação prevê a entrega a esses credores de participações maiores na própria companhia e em outras empresas, o que seria feito tão logo a Evergrande conseguisse alienar parte de seus ativos. O plano, entretanto, não foi bem recebido, pois implicaria em um significativo corte nos investimentos.

A situação é ainda mais delicada porque Hui Ka Yan, fundador e presidente da companhia e líder da relação de bilionários devedores do setor imobiliário chinês, é acusado de crimes não especificados pelas autoridades chinesas. Assim, foi proibido de emitir novos títulos em dólar, parte crucial do processo de reestruturação da dívida.

Diante de tal cenário, a liquidação judicial da Evergrande está mais próxima do que nunca. Caso seja confirmada pela Justiça de Hong Kong, a companhia terá seus ativos vendidos de forma a viabilizar o pagamento credores.

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