O ex-presidente russo Dmitry Medvedev afirmou na terça-feira (3) que o objetivo das negociações com a Ucrânia não é alcançar um acordo de paz, mas garantir a vitória total da Rússia e a eliminação do governo ucraniano. As informações são da agência Reuters.
As declarações foram publicadas no canal de Medvedev no Telegram, um dia após a divulgação de um memorando russo com exigências apresentadas durante uma breve rodada de conversas em Istambul, na Turquia.
Segundo o agora vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, que comandou o país entre 2008 e 2012, “as conversas em Istambul não são para firmar uma paz de compromisso nos termos delirantes de alguém, mas para garantir nossa vitória rápida e a destruição completa do regime neonazista”.

Entre os pontos do documento estão a exigência de que a Ucrânia entregue mais território, adote uma posição de neutralidade, aceite restrições ao tamanho de suas Forças Armadas e realize novas eleições legislativas e presidenciais. A reunião entre as delegações durou apenas uma hora e resultou apenas em um acordo para troca de prisioneiros e para a devolução dos corpos de 12 mil soldados mortos.
A Ucrânia, com apoio de aliados ocidentais, pressiona por um cessar-fogo imediato, mas Moscou resiste. Medvedev reforçou o tom de confronto ao comentar os recentes ataques ucranianos contra bases aéreas russas. “A retaliação é inevitável”, declarou. “Nosso Exército está avançando e continuará a avançar. Tudo o que precisa ser destruído será destruído, e todos que precisam ser eliminados o serão”.
O endurecimento das declarações ocorre em um momento de nova escalada militar, após Kiev atingir aeronaves estratégicas russas com drones. Os comentários de Medvedev indicam que Moscou pretende manter a ofensiva e descarta, por ora, qualquer cessão política ou militar nas conversas.