O general Miao Hua, uma das figuras mais influentes do Exército de Libertação Popular (ELP), da China, e responsável por supervisionar a lealdade política dos militares, foi oficialmente removido da Comissão Militar Central (CMC), principal órgão de decisão das Forças Armadas. As informações são da rede Bloomberg.
A Comissão Militar Central, composta por seis membros e liderada por Xi Jinping, é uma das instituições mais poderosas do país. Além do presidente, o grupo inclui dois vice-presidentes e três membros, entre eles Miao, que era considerado próximo do líder chinês. Sua saída marca mais um capítulo da ampla investigação anticorrupção que vem atingindo as forças armadas desde o ano passado.

Desde o início da ofensiva anticorrupção, o governo chinês já afastou mais de uma dezena de oficiais de alto escalão, incluindo os dois últimos ministros da Defesa. A operação, que mira supostos desvios em contratos de equipamentos militares desde 2017, também atingiu a Força de Foguetes, responsável pelo arsenal nuclear da China.
Miao já havia sido suspenso da CMC em 2023, quando foi colocado sob investigação por “graves violações de disciplina”, um eufemismo usado frequentemente pelo Partido Comunista Chinês (PCC) para indicar envolvimento em casos de corrupção. Em abril deste ano, ele também foi expulso do Parlamento chinês, sem que qualquer justificativa pública fosse apresentada.
A remoção oficial do general acontece em um momento em que Xi Jinping tenta reforçar o controle ideológico sobre o ELP, em meio a tensões geopolíticas e à necessidade de consolidar poder interno. A CMC ainda não indicou quem assumirá a função ocupada por Miao.