Novo estudo mostra que China, EUA e Índia lideram aumento na produção de carvão, petróleo e gás natural, contrariando metas do Acordo de Paris. As informações são da NPR.
Um relatório do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI) alerta que os países pretendem produzir mais que o dobro de combustíveis fósseis em 2030 do que seria compatível com a limitação do aquecimento global a 1,5 °C, conforme estabelecido no Acordo de Paris.
Segundo o Relatório sobre a Lacuna de Produção de 2025, os 20 maiores emissores de gases de efeito estufa, incluindo China, EUA e Índia, estão acelerando a exploração de carvão, petróleo e gás natural, ampliando ainda mais a distância entre as metas climáticas e a realidade.

O documento surge em um momento decisivo, já que em novembro, em Belém, no estado do Pará, acontece a conferência climática da ONU (COP30), onde países deverão apresentar novas NDCs (contribuições nacionalmente determinadas).
Entre as principais conclusões, o relatório aponta que a produção projetada para 2030 deve superar em mais de 120% o limite compatível com a meta de 1,5 °C. A China, que responde por mais da metade da produção mundial de carvão, desacelerou os planos de redução e acabou puxando os índices globais para cima. O documento também destaca que os países já reconhecem a necessidade urgente de abandonar os combustíveis fósseis, triplicar a geração de energia renovável e dobrar a eficiência energética.
Apesar do avanço de políticas contrárias às metas climáticas pelo governo Trump, os autores ressaltam que ainda existem compromissos de empresas, estados e municípios alinhados ao Acordo de Paris.
Especialistas alertam que a janela de ação está se fechando rapidamente. Para cumprir o acordo, será necessário reduzir de forma ainda mais acelerada a produção e o consumo de combustíveis fósseis já nesta década.