Quase dois anos depois do primeiro caso de Covid-19 ter sido identificado na África, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou na quinta-feira (10) que, se a tendência continuar, o continente poderá controlar a pandemia ainda neste ano.
Mas a OMS destaca que vigilância continua sendo chave, sendo que quatro ondas de Covid-19 já foram identificadas na África. A primeira, em 2020, durou 29 semanas, mas a onda mais recente, causada pela variante Ômicron, terminou depois de seis semanas.
A diretora da OMS para a África, Matshidiso Moeti, declarou que “nos últimos dois anos, a resposta do continente aos novos casos de Covid-19 ficou mais inteligente, mais rápida e melhor”.
Ela lembra que os avanços foram alcançados mesmo com grandes desigualdades no acesso às vacinas. A chefe da OMS lembrou ainda das 242 mil vidas perdidas pelo coronavírus na África e dos enormes danos à economia dos países.
De acordo com o Banco Mundial, a pandemia empurrou 40 milhões de africanos para a pobreza extrema. Por cada mês em que houve medidas de contenção, as perdas do PIB chegaram a US$ 13,8 bilhões na África.
Mas a chefe da OMS no continente confirma que “existe luz no fim do túnel”, sendo 2022 o ano “do fim da destruição que o vírus deixou pelo caminho e o ano de tomarmos novamente controle das nossas vidas”.
Moeti acrescentou que “controlar a pandemia deve ser prioridade, mas cada país deve trilhar o seu próprio caminho para sair dessa situação de emergência”. Se na primeira onda de Covid-19 cerca de 2,5% das pessoas infectadas morriam, na quarta onda, causada pela Ômicron, a média de mortes baixou para 0,8% entre os casos positivos.
Desde o começo da pandemia, a capacidade do continente africano em tratar dos casos melhorou, com maior acesso a oxigênio, equipamentos médicos e aumento dos leitos nas Unidades de Terapia Intensiva.
A diretora da OMS na África disse ainda “que devido a novas variantes, é essencial que os países ampliem suas capacidades de detectá-las por meio do sequenciamento genético”.
A OMS aumentou o número de laboratórios capacitados para detectar a Covid-19 na África, de apenas dois para mais de 900 atualmente e o sequenciamento genético foi ampliado em 54%.
A agência da ONU lembra que a vacina continua sendo a “arma mais potente contra as novas variantes da Covid-19”. Até o momento, 672 milhões de doses foram entregues aos países africanos, sendo 65% facilitadas pelo mecanismo Covax.
Apesar disso, apenas 11% da população adulta do continente está totalmente vacinada, por isso é essencial ampliar o programa de vacinação, a testagem e a vigilância, salienta a OMS.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News