O Departamento de Estado norte-americano avalia a possibilidade de permitir que membros de seu corpo diplomático na China sejam autorizados a deixar o país, evitando assim as rígidas medidas de combate à Covid-19 impostas por Beijing. As informações são da agência Reuters.
A China estabeleceu um severo protocolo sanitário no país, com vistas à organização dos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022, que começam em 4 de fevereiro. Entre as medidas que podem ser impostas aos residentes no país estão a admissão forçada em clínicas estatais e a consequente separação entre adultos e crianças.
Dois funcionários que não quiseram se identificar disseram que a Embaixada dos EUA em Beijing solicitou a Washington a permissão para que funcionários e familiares deixem a China. Alguns integrantes do corpo diplomático estariam insatisfeitos com a incapacidade do governo norte-americano de obter um acordo que exclua seus cidadãos das medidas de controle da pandemia.
Por ora, a Embaixada e os consulados seguem funcionando normalmente, segundo o Departamento de Estado. “Qualquer mudança no status operacional dessa natureza seria baseada apenas na saúde, segurança e proteção de nossos colegas e seus familiares”, disse um porta-voz do departamento.
Uma pesquisa informal feita na Embaixada sugere que 25% dos funcionários e seus parentes estariam dispostos a ir embora. Eles reivindicam normas mais leves para o corpo diplomático, como quarentena obrigatória e ingresso voluntário nas clínicas do governo chinês. Os dois funcionários contestam o governo norte-americano por não ter obtido tais garantias junto a Beijing.
Os diplomatas estrangeiros são obrigados a fazer quarentena e a realizar testes de Covid-19 assim que chegam ao país. No início da pandemia, os EUA chegaram a evacuar 1,3 mil pessoas da China, e os dois governos chegaram a um impasse quanto às regras de controle. Recentemente, Beijing endureceu novamente os protocolos de combate à Covid-19 em virtude dos Jogos de Inverno.
A China se manifestou através de um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores e alegou que as medidas de combate à pandemia na China são baseadas na ciência e estão em conformidade com os tratados diplomáticos.