Casos de Covid-19 causados pela Ômicron começam a estabilizar na África

Após seis semanas seguidas de alta de novos casos, a quarta onda da pandemia no continente está estável, segundo a OMS

Depois de seis semanas seguidas de alta dos novos casos de Covid-19 na África, a quarta onda da pandemia no continente, impulsionada pela variante Ômicron, está estável. A confirmação foi feita nesta quinta-feira (13) pela OMS (Organização Mundial da Saúde).  

O sul da África, onde houve um grande aumento de novas infecções, já registrou um declínio de 14% na última semana. A África do Sul, onde a Ômicron foi reportada pela primeira vez, observou uma queda de 9% dos novos casos. 

Mas a OMS explica que no norte e no oeste do continente continua havendo aumento das infecções pelo coronavírus. No norte da África, a alta foi de 121% na comparação com a semana anterior.  

Por todo o continente, o total de mortes subiu 64% entre 3 e 9 de janeiro, devido a infecções em pacientes de alto risco. Ainda assim, a OMS destaca que o índice de mortes na quarta onda da pandemia ainda é menor do que em ondas anteriores.  

Casos de Covid-19 causados pela Ômicron começam a estabilizar na África
Rodada de vacinação à Covid-19 em Accra, Gana, março de 2021 (Foto: Unicef/Francis Kokoroko)

As internações continuam em baixa. Na África do Sul, por exemplo, de 9% dos 5,6 mil leitos estão ocupados por pacientes com Covid-19. A variante Ômicron tornou-se dominante apenas duas semanas depois de ser descoberta, enquanto a Delta demorou quatro semanas para ultrapassar a Beta na África.  

A Ômicron já é dominante em Cabo Verde e na Nigéria e em relação à vacinação, apenas 10% da população africana já recebeu doses completas. Desde o início da pandemia, 10,2 milhões de pessoas tiveram casos confirmados de Covid-19 no continente africano.  

A diretora da OMS na África declarou que as medidas cruciais de combate à pandemia continuam sendo muito necessárias no continente. Matshidiso Moeti lembrou que é preciso ampliar, com rapidez, o acesso às vacinas no continente em meio a receios que a “próxima onda não seja tão indulgente”. 

Vacinação infantil

Muitos países já estão vacinando crianças de cinco a 11 anos de idade contra a Covid-19, enquanto outras nações se preparam para aplicar as doses neste grupo.  Com isso, muitas famílias podem ainda ter dúvidas ou receios sobre imunizar seus filhos. A diretora-geral-adjunta da OMS para Medicamentos e Vacinação, Mariângela Simão, afirma que a agência tem uma orientação muito clara sobre o assunto. 

A pediatra explicou que, nos países onde boa parte da população adulta está imunizada, a prioridade deve ser vacinar as crianças que têm alguma doença associada.  

“É uma dualidade: naqueles países que já estão com uma boa cobertura vacinal, vacinar as crianças vai ajudar a diminuir a transmissão, no retorno à escola e tudo o mais. Já aqueles países que não têm boa cobertura vacinal, tem que proteger primeiro quem tem maior risco de adoecer gravemente e morrer”, diz ela. “Na imensa maioria dos casos, as crianças infectadas com Covid-19 desenvolvem formas leves da doença”. 

A especialista brasileira lembra que, até o momento, a OMS autorizou apenas a vacina da Pfizer para ser aplicada em menores de cinco a 11 anos de idade. Segundo ela, ainda são necessários estudos mais robustos para se comprovar a eficácia e segurança de outras vacinas contra a Covid-19 para esta faixa etária. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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