Ajuda humanitária é urgente na África Ocidental, Central e Sahel, segundo as Nações Unidas

Programa Mundial de Alimentos alerta que somente o Sahel abriga 8,2 milhões de deslocados internos em função de conflito

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Ganhos humanitários de uma década na região africana do Sahel e nas porções Ocidental e Central da África podem ser rapidamente revertidos, colocando em risco a subsistência de milhões de pessoas. Países como Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger são os mais afetados.

O alerta foi feito na terça-feira (20) pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), com um apelo a governos e parceiros para que “protejam programas de reforço de resiliência em comunidades impactadas pela crise” nessas regiões.

Mulher com dois filhos que se recuperam de desnutrição no Níger (Foto: Unicef/Frank Dejongh)
Necessidades alimentares e nutricionais

A meta da agência da ONU é ajudar os beneficiários a resistir aos choques e a satisfazer suas necessidades alimentares e nutricionais. O plano de apoio a toda a região carece de US$ 183,1 milhões para os próximos 12 meses.

A piora da fome e subnutrição aumenta a preocupação do PMA devido às alterações climáticas e aos conflitos persistentes. A situação tem levado milhões de pessoas a abandonarem seus campos agrícolas e a atravessarem fronteiras.

Na região do Sahel vivem 8,2 milhões de deslocados internos devido a conflitos. A violência no Sudão, na República Centro-Africana e na Nigéria forçou mais de um milhão de pessoas a entrarem no Chade, o quinto maior anfitrião de refugiados do mundo. 

Época de escassez de 2024

Uma análise da segurança alimentar prevê que quase 50 milhões de pessoas na África Ocidental e Central não consigam atender às necessidades alimentares básicas na época de escassez, entre junho e agosto de 2024. O aumento é quatro vezes superior em cinco anos.

Para a diretora regional interina do PMA para a África Ocidental, esta é “a hora de intensificar o apoio e não de revertê-lo”. Ela argumenta que “é essencial prestar auxílio básico às comunidades que mais sofrem com a crise”.

Margot Van der Velden destaca que construir comunidades resilientes “é uma solução rentável e sustentável para a insegurança alimentar e a desnutrição no Sahel”. 

A representante destaca que, à medida que as necessidades aumentam e os fundos humanitários diminuem, é “preciso mais investimento na resiliência comunitária como um caminho para a coesão social e a estabilidade no Sahel.”

O apoio do PMA ao Níger gerou um dos maiores impactos do auxílio internacional, ao beneficiar meio milhão de pessoas e poupar US$ 54 milhões do orçamento do governo para a resposta de emergência durante a época de escassez.

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