Centenas de milicianos são expulsos de cidade no sul da República Centro-Africana

Batalhões de soldados do Nepal e da Mauritânia chegaram para apoiar os esforços terrestres da missão de paz da ONU que expulsou os rebeldes

As forças de paz da ONU na República Centro-Africana (CAR, da sigla em inglês) expulsaram centenas de militantes da cidade de Boyo, no sul do país. A Minusca (Missão de Estabilização Integrada Multidimensional na CAR, da sigla em francês) lançou no sábado (25) uma operação para repelir cerca de 200 membros do grupo armado Unidade pela Paz na África Central (UPC, na sigla em francês).

De acordo com a Minusca, batalhões de soldados do Nepal e da Mauritânia chegaram para apoiar os esforços terrestres da missão de paz, levando os combatentes da UPC a abandonarem a cidade. Eles ocupavam várias casas, incluindo a residência do prefeito.

A missão chamou a atenção para mais de uma dezena de mortes de civis nos dias 6 e 7 de dezembro em Boyo, que também provocaram o deslocamento de cerca de 1,5 mil pessoas. Os mantenedores da paz da ONU puderam intervir para proteger os civis e continuar suas operações por toda a cidade com patrulhas robustas.

Tropas de paz na República Centro Africana em 2019 (Foto: UN Photo/Minusca)

A Minusca enviou um alerta à UPC contra qualquer tentativa de reocupar Boyo e reafirmou sua determinação em garantir a proteção das comunidades de acordo com seu mandato. “Nossos reforços já estão instalados e estamos alertando os elementos da UPC contra qualquer retorno à cidade”, tuitou Mankeur Ndiaye, chefe da Minusca e representante especial da ONU no país.

Um dos países mais pobres do mundo, a CAR entrou em conflito em 2013, quando o então presidente François Bozize foi deposto por uma coalizão rebelde chamada Seleka, oriunda em grande parte da minoria muçulmana. O golpe desencadeou um banho de sangue sectário entre as milícias Seleka e anti-Balaka, compostas principalmente por elementos cristãos e animistas.

Em dezembro passado, às vésperas das eleições presidenciais, os rebeldes lançaram uma nova ofensiva contra o regime do presidente Faustin-Archange Touadera. O presidente ganhou a reeleição e seu exército agora reconquistou o território perdido.

Foram ex-membros da Seleka que formaram a UPC, hoje dividida em duas facções com ideais contrários: uma que prega o desarmamento, outra que defende a manutenção da luta armada.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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