Um em cada sete vive em vulnerabilidade extrema, diz pesquisa

No Afeganistão, metade da população não tem acesso a comida e abrigo nem tem a quem pedir ajuda

Uma em cada sete pessoas no mundo não consegue atender suas necessidades básicas, como ter o que comer ou onde dormir. Também não tem a quem pedir ajuda. É o que indica o índice de vulnerabilidade calculado pelo Instituto Gallup e divulgado no último dia 16.

Os países onde há o maior número de pessoas em alta vulnerabilidade são o Afeganistão, com metade de sua população em apuros, e Benin, no oeste da África, com 49%.

Os também africanos Malaui, com 36%, Togo (34%), Serra Leoa, Zâmbia e RD Congo, com 32% cada, além do Marrocos, com 31%, encabeçam a lista de nações com o maior percentual da população em situação vulnerável.

O Brasil fica em posição intermediária: apenas 6% dos consultados sofrem alta vulnerabilidade. Outros 37% vivem com dificuldades, mas têm a quem recorrer. Mais da metade dos brasileiros (57%) tem situação algo confortável.

Metade dos afegãos vivem em extrema vulnerabilidade (Foto: Fraidoon Poya/UNAMA)

Na outra ponta da lista estão, todos com apenas 1% da população sem ter o que comer ou onde se abrigar, Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Lituânia, Islândia e Suíça. O único não europeu é Singapura, cidade-estado de altíssima renda per capita no sudeste da Ásia.

O dados divulgados pelo Gallup ainda não contemplam os efeitos da pandemia do novo coronavírus na já complicada situação dessas pessoas. Antes da pandemia, pouco mais de metade da população mundial, ou 53%, passava dificuldades.

Em alta vulnerabilidade, o que significa não conseguir sequer comida e abrigo e não ter a quem pedir, eram 14%. Outros 39% ao menos tinham a quem recorrer.

Problemas específicos

Entre aqueles em maior dificuldade, 41% tinham problemas de saúde significativos. Por conta deles, eram incapazes de desempenhar ao menos uma atividade considerada normal para uma pessoa de sua idade.

Entre as pessoas na categoria de baixa vulnerabilidade, eram apenas 14%.

As pessoas que vivem na zona rural têm chance ligeiramente maior de viver em vulnerabilidade: 16%, contra 10% dos moradores de cidades.

A variação é pequena quando o recorte é por idade – 12% para pessoas entre 15 e 29 anos e 14% para maiores de 60 – ou por gênero (14% para ambos).

A metodologia usada na pesquisa foi de de entrevistas ao vivo e por telefone. A amostra é de mil pessoas por país e participaram cidadãos de 142 nações. A margem de erro pode variar de 1,5 a 5,4 pontos percentuais, a depender do país, e o intervalo de confiança é de 95%.

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