Conflito no Sudão já provocou fuga de quase 4 milhões de pessoas

OMS condena ataques e ocupação de instalações de saúde; Nações Unidas destacam que fome e deslocamento causados pela guerra estão fora de controle

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que a eclosão dos confrontos entre o exército sudanês e forças paramilitares levou mais de 926 mil pessoas a buscarem refúgio no exterior. Um total de 3 milhões foram deslocadas no país.

A região do Nilo concentra 15% das pessoas que fugiram do conflito vindas de todos os 18 estados do Sudão. Trata-se da maior proporção de deslocados gerados pelos combates. 

Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que 11 pessoas morreram e 38 ficaram feridas em 53 ataques a instalações do setor desde meados de julho.

Um total de 3 milhões de sudaneses foram deslocados no seu país (Unfpa/Sufian Adbul-Mouty)

A agência condenou com veemência os episódios e a ocupação das unidades de saúde. O ataque mais recente foi contra uma equipe da organização Médicos Sem Fronteiras, em 20 de julho, em Cartum.

Casos de doenças infecciosas e outras infecções foram notificados entre deslocados em busca de abrigo em locais de difícil acesso, onde os serviços de saúde são limitados. 

Os países vizinhos acolhem 926.841 refugiados, a maioria deles estão no Egito, na Líbia, no Chade, na República Centro-Africana, no Sudão do Sul e na Etiópia. 

Sudaneses, estrangeiros e repatriados

De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), cidadãos sudaneses representaram mais de dois terços dos recém-chegados nessas nações, enquanto estrangeiros e repatriados perfazem a parte restante.

O Acnur está preocupado com as condições dos que procuram abrigo em nações vizinhas, onde os acampamentos estão superlotados e a chegada da estação chuvosa impede a realocação e a entrega de ajuda.

O Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) alertou que a fome e o deslocamento devido à guerra em andamento estão fora de controle. Mais de 6 milhões de pessoas estão agora na iminência de fome.

O país tem mais de 20 milhões de pessoas enfrentando altos níveis de insegurança alimentar aguda como resultado de conflitos, do declínio econômico e do deslocamento em massa.

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