Conselho de Segurança da ONU aprova redução gradual de missão de paz na RD Congo

Monusco foi renovada por mais um ano e deve apoiar processo eleitoral nesta semana, mas posteriormente terá sua operação diminuída

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) votou por unanimidade na terça-feira (19) para renovar o mandato da missão de paz na República Democrática do Congo por mais um ano. No entanto, a Monusco, que está no país há duas décadas, entra em processo de redução “gradual e responsável”, concluindo seu mandato em dezembro de 2024.

Até o final do próximo ano, a missão segue protegendo civis, apoiando a reforma do setor de segurança e ajudando nos processos de desarmamento, desmobilização e reintegração.

A votação do Conselho ocorreu na véspera das eleições gerais na RD Congo e em meio à crescente insegurança no leste relacionada ao grupo rebelde M23, bem como na região de Grande Catanga e nas províncias de Mai-Ndombe e Tshopo.

Criança observa soldado da Monusco da RD Congo (Foto: Monusci/Abel Kavanagh)

A resolução foi apresentada pela França e recebeu o apoio de todos os 15 países que compõem o Conselho.

O texto reconhece os esforços congoleses para proteger e respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais e exige que grupos armados “cessem imediatamente todas as formas de violência, outras atividades desestabilizadoras e a exploração ilegal e tráfico de recursos naturais”. Também pede que o M23 interrompa qualquer avanço adicional.

O Conselho reafirmou que a eliminação da ameaça representada por grupos armados requer uma abordagem regional integrada e forte engajamento político. Os membros também pedem que o governo congolês coopere com o pessoal da Monusco em garantir sua segurança durante o processo de retirada.

Eleições pacíficas

Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirma o apoio contínuo das Nações Unidas durante o pleito e espera a realização de “eleições pacíficas, transparentes e inclusivas que consolidarão as instituições democráticas do país e o colocarão no caminho da prosperidade econômica.”

Para isso, ele insta as autoridades da RD Congo, líderes políticos, sociedade civil e a Comissão Eleitoral Nacional Independente a garantir que todos os eleitores tenham acesso às seções de votação e possam exercer seu voto livremente, sem medo de intimidação ou perseguição política.

O chefe da ONU lamentou os episódios de violência registrados durante a campanha eleitoral e pede aos atores políticos e seus apoiadores que se abstenham de quaisquer ações que possam incitar ainda mais violência ou aumentar discursos de ódio contra certas comunidades ou grupos e ataques contra candidatas mulheres. Ele incentiva todas as partes a exercerem o máximo de contenção em suas palavras e ações.

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