Crise pode apagar 30 anos de avanços na África, diz economista nigeriana

Ngozi Okonjo-Iweala pede que pandemia no continente não seja subestimada; casos dobram a cada duas semanas

A crise do novo coronavírus pode enterrar 30 anos de avanços sociais e econômicos no continente africano, afirmou a economista nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, ex-diretora do Banco Mundial.

A declaração foi feita no podcast “World vs. Virus” (do inglês mundo versus vírus), do Fórum Econômico Mundial, transmitido nesta quinta (11). O programa está em inglês.

Para Okonjo-Iweala, ex-ministra das Finanças da Nigéria, o mundo não deve subestimar a gravidade da situação na África após a pandemia. A crise no continente já é uma realidade.

O PIB (Produto Interno Bruto) do continente deve diminuir 2% neste ano, situação inédita há pelo menos 25 anos.

Crise pode apagar 30 anos de avanços na África, diz economista nigeriana
A ex-diretora do Banco Mundial Ngozi Okonjo Iweala em evento em Londres, em janeiro deste ano (Foto: Wikimedia Commons)

“Muita gente vê que o número de mortes é bastante baixo, mas a trajetória da doença ainda é ascendente”, afirmou. “Não vemos um achatamento da curva, porque o número de casos dobra a cada duas semanas e isso com um quantidade mínima de testes.”

O segundo bloco do podcast contou com a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

A ex-presidente do Chile analisou as manifestações contra o racismo que tem varrido o mundo durante a pandemia.

“A liberdade de assembleia e de protesto, se pacífica, deve ser respeitada e ouvida”, disse.

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