A razão entre dívida e PIB (produto interno bruto) dos países da África subsaariana saltou de 57% para 71% em apenas um ano, o que eleva o risco de uma onda de moratórias entre os países da região.
A crise causada pelo novo coronavírus, que diminuiu receita e impulsionou o gasto público, agravou a situação desses países. O dado foi divulgado pela consultoria de risco Fitch, em relatório a clientes do último dia 30.
Os preços do petróleo também gerou impacto no PIB desses países – a retração econômica esperada para 2020 na região é de 2,1%. Já o déficit orçamentário tem forte tendência de alta: de 4,9% em relação ao produto nacional em 2019 para 7,4% neste ano.
O crescimento nas nações africanas vem em trajetória de desaceleração nos últimos anos. Segundo o relatório, é um reflexo da” baixa nos preços das commodities e de uma taxa medíocre de retorno sobre o investimento”.
Ao menos 19 países tiveram o rating de sua dívida rebaixados pela Fitch desde março deste ano. A média dos países da região é de rating B, dado a nações consideradas arriscadas e para investimentos especulativos.
As rebaixas acontecem mesmo em meio a tentativas de socorro desses países, empreendidas por credores governamentais e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Entre elas há um aporte de emergência de US$ 8 bilhões do Fundo e o perdão dos pagamentos do serviço da dívida em 2020, que compreende alguns países da África subsaariana.