O governo americano condenou nessa terça (4) o envolvimento militar estrangeiro, incluindo o uso de “mercenários” e “prestadores de serviços militares privados,” na Líbia.
O comunicado de Robert O’Brien, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, é um aceno à Rússia, como classificou a estação de rádio norte-americana “Radio Free Europe”.
O’Brien pediu às “potências estrangeiras” que terminem as suas guerras por procuração no solo líbio. Esse tipo de conflito é definido pela atuação de um país ou ente não-nacional por meio de terceiros.

É o caso da Rússia, se comprovadas as acusações do Pentágono. Moscou estaria usando uma já conhecida organização paramilitar privada, o Vagner Group para intervir na Líbia.
O objetivo seria estabelecer presença russa a longo prazo no Mar Mediterrâneo, e o grupo já teria atuado também na Síria.
O Kremlin tem auxiliado militarmente o autodenominado Exército Nacional da Líbia, do comandante Khalifa Haftar, que domina o leste do país. Seu alvo é o GNA (Governo do Acordo Nacional), com sede em na capital Trípoli e reconhecido pela ONU.
Segundo O’Brien, a ação de potências estrangeiras em território líbio representa “grave ameaça à estabilidade regional e ao comércio global”.
Os EUA apelam para que a Corporação Nacional Líbia de Petróleo, responsável pela principal fonte de receita do país, retome suas atividades.
De acordo com o chefe de segurança norte-americano, o petróleo está sendo exportado ilegalmente do território líbio.
O conflito é uma das consequências do levante apoiado pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
A revolta, que começou com apoio popular, foi responsável pela derrubada e morte do ditador Muammar Qaddafi, em 2011. Na sequência, o país tornou-se o principal foco de instabilidade no norte da África.