EUA acusam mercenários russos de plantar minas terrestres na Líbia

No conflito no país, grupo militar privado russo, apoiado pelo Kremlin, estaria atuando a favor dos rebeldes

Os militares dos Estados Unidos acusaram nesta quarta (15) mercenários russos de plantarem minas terrestres e outros dispositivos explosivos improvisados ao redor da capital da Líbia, Trípoli.

Segundo a norte-americana ABC News, o Africom (Comando Africano dos EUA), afirmou ter provas fotográficas verificadas das “armadilhas e campos minados colocados de forma indiscriminada” ao redor da capital e em direção à estratégica cidade costeira de Sirte.

Há uma disputa entre o governo reconhecido internacionalmente e o Exército Nacional Líbio, rebelde e comandado pelo militar Khalifa Haftar. Neste contexto, o grupo militar privado russo Wagner Group, apoiado pelo Kremlin, estaria atuando a favor de Haftar.

A empresa teria cerca de 1,2 mil homens na Líbia. Esses mercenários fortalecem as equipes rebeldes, que controlam o leste do país, segundo informação de um relatório emitido pela ONU.

Os Estados Unidos acusam as “práticas irresponsáveis” do grupo Wagner. Entre elas, prolongar o conflito no país africano e de causar “sofrimento desnecessário e mortes de civis inocentes”.

A Líbia vive conflito desde 2011, após a queda de Gaddafi, apoiada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

EUA acusam mercenários russos de plantar minas terrestres na Líbia
Vista de Trípoli, sede do governo internacionalmente reconhecido da Líbia (Foto: Wikimedia Commons)

Movimentos recentes

Há semanas, Sirte, controlada por Haftar desde janeiro, se tornou alvo de investidas de ambos os lados do conflito. Por ser um ponto de acesso aos campos petrolíferos líbios, a cidade é considerada estratégica.

As movimentações levaram o governo do Egito, aliado a Haftar, a advertir que, se as forças do governo avançassem na cidade de Sirte, poderia provocar uma intervenção direta do Cairo.

Já no início de junho, o governo reconhecido pela ONU afirmou ter retomado o controle total sobre Trípoli e a cidade de Tarhuna. A localidade era o último reduto rebelde no oeste do país, controlado pelo governo.

A recuperação de Tarhuna foi um passo importante para que Haftar desistisse da ofensiva a capital. O porta-voz do líder militar confirmou a retirada das tropas rebeldes de Trípoli.

O conflito na capital deixou centenas de mortos e mais de 200 mil pessoas desalojados. Leal a Gaddafi, Haftar prometia “limpar” a cidade de “milícias terroristas”.

O grupo rebelde sofreu diversas derrotas nos últimos meses. A virada ocorreu após o governo internacionalmente reconhecido ter sido reforçado por apoio militar turco.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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