EUA promete ajuda a Moçambique contra militantes do EI

Região rica em gás foi tomada por extremistas; governo local também recebeu auxílio de tropas da vizinha Tanzânia

Os EUA prometeram na quinta (3) auxiliar Moçambique a frear a insurgência do Estado Islâmico na província de Cabo Delgado, ao norte do país.

A coordenador de contraterrorismo do Departamento de Estado norte-americano, Nathan Sales, confirmou a informação à agência de notícias AFP, ao retornar de uma viagem de dois dias a Maputo, capital do país de 30 milhões de habitantes no sudeste da África.

Segundo ele, as tratativas com o presidente Filipe Nyusi já adiantam a cooperação entre os países. “Os EUA estão profundamente interessados em fazer parceria com Moçambique”, disse Sales.

De acordo com a embaixada dos EUA em Maputo, Washington alocou US$ 42 milhões para projetos humanitários em Cabo Delgado.

EUA promete unir forças à Moçambique contra extremistas em Cabo Delgado
Comunidade de Marrupa para reassentados dos conflitos na província de Cabo Delgado, Moçambique, em novembro de 2020 (Foto: UN Photo/Helvisney Cardoso)

A situação na província chamou a atenção da comunidade internacional após denúncias sobre a crescente violência do Estado Islâmico contra a população local. No início do mês, o grupo decapitou cerca de 50 pessoas.

O exército moçambicano também não dá conta do avanço dos jihadistas islâmicos. Estima-se que 25 soldados das forças do país já foram mortos e pelo menos 15 ficaram feridos em duas emboscadas dos terroristas.

Região sob ataque

Grande parte da província de Cabo Delgado está sob o domínio do grupo desde o início do ano, quando os ataques se intensificaram após o grupo paramilitar Ahulu Sunnah Wa-Jama jurou fidelidade ao EI.

A região, que faz divisa com a Tanzânia, é rica em gás natural e guarda reservas importantes de petróleo. Desde 2017, a brutalidade dos grupos já mataram mais de 2,3 mil pessoas e forçaram o deslocamento de 500 mil.

Os atentados dos jihadistas islâmicos já colocam Moçambique entre os territórios de maior incidência de terrorismo do mundo. O país subiu oito lugares e ocupa a 15ª posição do Índice Mundial do Terrorismo.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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