Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News
Força Interina de Segurança da ONU para Abyei (UNISFA) intensificou as patrulhas terrestres e aéreas para impedir mais violência, depois de combates brutais na região rica em petróleo terem ceifado dezenas de vidas no fim de semana.
Homens fortemente armados atacaram civis nas aldeias de Malual Aleu, Banton, Awolnhom, Abathok, Majbong, Awal e a leste de Rumamier, utilizando granadas e morteiros lançados por foguetes, alegadamente devido a uma disputa de terras.
Pelo menos 37 pessoas foram mortas e várias outras ficaram feridas, incluindo mulheres e crianças. Aldeias também foram incendiadas e milhares de cabeças de gado foram roubadas.
“A UNISFA denuncia veementemente a violência em curso, que está aumentando as tensões intercomunitárias e ameaçando a frágil paz”, afirmou a missão em comunicado divulgado na segunda-feira (5).
A UNISFA está envidando todos os esforços para restaurar a calma, proteger os civis e colaborar com as autoridades locais, líderes comunitários, sociedade civil e outras partes interessadas para evitar ataques retaliatórios, acrescentou.
A missão também aumentou as patrulhas terrestres e aéreas para impedir mais violência e proteger os civis.
‘Capacetes azuis’ atacados
De acordo com a UNISFA, as forças de manutenção da paz que servem na missão também foram atacadas durante os confrontos.
Um veículo blindado de transporte de pessoal foi alvo de fogo pesado durante uma emboscada, e os “capacetes azuis” da ONU numa base em Marial Achak foram alvejados antes de os agressores serem repelidos. Nenhuma morte foi relatada.
Aumento de confrontos
O derramamento de sangue ocorreu uma semana depois de mais de 50 pessoas, incluindo duas forças de manutenção da paz da ONU, terem sido mortas em ataques semelhantes contra civis devido a disputas territoriais.
As forças de manutenção da paz da UNISFA atualmente abrigam e prestan apoio básico a mais de duas mil pessoas deslocadas nas suas bases.
Mandato da UNISFA
Em junho de 2011, o Conselho de Segurança autorizou o envio de forças de manutenção da paz da ONU para a disputada área de Abyei, que abrange o Sudão e o Sudão do Sul e é reivindicada por ambos.
A ação do Conselho surgiu em resposta à violência desenfreada e ao deslocamento da população na região, numa altura em que o Sudão do Sul se preparava para declarar formalmente a independência do Sudão, em 9 de julho de 2011, culminando o acordo de paz de 2005.
Abyei, rica em recursos, testemunhou vários confrontos mortais que expulsaram mais de cem mil pessoas das suas casas nas semanas anteriores à decisão do Conselho de Segurança.