Insegurança no Mali impacta alimentação, saúde e educação das crianças

Crise no país africano faz com que menores estejam sujeitos a subnutrição e epidemias, com mais de 1,5 mil escolas fora de operação

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

As crianças continuam a pagar o preço mais elevado do agravamento da crise de segurança no Mali. Esse foi o destaque da mensagem do representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no país africano.

Em conversa com jornalistas em Genebra, na terça-feira (26), Pierre Ngom disse que dezenas de pessoas foram mortas só neste mês no norte e no centro do território maliano. Ele ressalta que “os ataques contínuos criam o caos para as crianças.” 

Crianças higienizam as mãos em campo de apoio da Unicef na capital do Mali, Bamako, em maio de 2020 (Foto: Unicef/Harandane Dicko)

Segundo o representante, a diminuição do acesso humanitário e o crescente deslocamento interno das populações estão alimentando “uma crise de subnutrição infantil, com um milhão de crianças com menos de cinco anos em risco, num contexto de ressurgimento da poliomielite e de uma epidemia de sarampo.”

Ele afirmou que grupos armados não-estatais reivindicaram uma série de ataques contra posições das Forças de Segurança do Mali nas regiões de Gao, bem como bombardeios recorrentes contra o aeroporto e postos militares avançados em Timbuktu.

Desde 8 de agosto de 2023, esses atores impõem um bloqueio à cidade de Timbuktu, cortando as principais rotas de abastecimento. No dia 7 de setembro de 2023, um ataque a um barco no eixo Gao-Timbuktu resultou na morte de pelo menos 24 crianças.

Saída da Minusma

A poucas semanas do início do ano letivo de 2023-2024, mais de 1,5 mil das 9 mil escolas não estão funcionais, em parte devido à insegurança. Ao todo, meio milhão de crianças são afetadas.

Segundo o representante do Unicef, “o aumento da insegurança foi ainda mais amplificado pela saída em curso da Minusma.”

Para ele, “os investimentos na paz e na segurança devem andar de mãos dadas com a presença de todas as crianças na escola e na aprendizagem, totalmente vacinadas, protegidas de violações graves e livres da desnutrição.”

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