Na Líbia, premiê apoiado por ONU quer deixar cargo até outubro

Primeiro-ministro Fayez Sarraj está à frente da Líbia desde 2016 e tenta negociar um cessar-fogo à guerra civil do país

Em uma breve fala na imprensa, nesta quarta (16), o primeiro-ministro da Líbia Fayez Sarraj informou que renunciará ao mandato até o final de outubro. À frente desde 2016, o premiê negocia o cessar-fogo da guerra civil instaurada desde a derrubada do ditador Muammar Qaddafi, em 2011.

No discurso, Sarraj afirmou que as negociações mediadas pelas Nações Unidas entre os grupos rivais do país levaram a uma nova “fase preparatória”. O objetivo é unificar as instituições líbias, registrou a Al-Jazeera.

A renúncia, contudo, acontece em meio ao aumento da pressão internacional sobre o país.

Com pressão externa, Sarraj anuncia que renunciará ao cargo de premiê da Líbia
O premiê da Líbia, Fayez Sarraj, em reunião com o secretário da Defesa dos EUA no Pentágono, em novembro de 2017 (Foto: Pentágono/Brigitte Brantley)

Com protestos da população, cansada da guerra que já dura quase uma década, as negociações de paz foram suspensas após desavenças entre Sarraj e o ministro do interior, Fathi Bashagha, que controla a cidade costeira de Misrata.

A saída do premiê pode impulsionar novas disputas internas entre o governo e os grupos armados de Trípoli. Agora, a expectativa é que a discussão sobre um cessar-fogo para todo o país retome em breve, em Genebra, em Tribunal da ONU (Organização das Nações Unidas).

Eleições e cessar-fogo

No início de setembro, lideranças dos grupos rivais definiram a realização de novas eleições até março de 2022.

Além disso, as tropas devem sair da cidade de Sirte, porta de entrada para os principais terminais de exportação de petróleo do país. O local está sob controle do comandante militar renegado Khalifa Haftar, que controla o leste e grande parte do sul da Líbia.

Desde janeiro, o comando de Haftar mantém as exportações de energia bloqueadas, principal fonte de receita do Estado líbio.

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